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Concorrência

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NZI*

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Para entender o que é concorrência, você deve visitar uma floresta tropical.

Para a maior parte dos visitantes, as florestas tropicais, com sua fauna e flora impressionantes, podem parecer lugares de muita abundância. A verdade é bem outra. A qualidade do solo, muitas vezes, é pobre e raramente os raios solares chegam ao solo – o que está longe das condições ideais para uma vegetação opulenta.

A razão para as florestas tropicais serem, apesar disso, ecossistemas impressionantes é a concorrência que promovem. As árvores só crescem tanto porque concorrem umas com as outras pelos preciosos raios solares. Milhares de plantas, pássaros e insetos de espécies as mais variadas concorrem pelos nutrientes. O resultado é um lugar rico em biodiversidade.

De muitos modos, os mercados são como florestas tropicais. Os mercados reúnem recursos escassos e desejos virtualmente ilimitados. É através da concorrência entre estas diferentes vontades e a concorrência entre os diferentes modos de satisfazê-las que os mercados criam prosperidade onde havia escassez.

No pensamento econômico, a concorrência tem duas funções principais. Primeira: estimula as empresas a se esforçarem cada vez mais para serem melhores que suas rivais. Fazem isso, naturalmente, para terem um lucro maior. Como um subproduto mais do que bem-vindo para a sociedade, os produtos se tornam melhores, são inventados novos, e os preços caem – graças à concorrência das empresas por clientes.

A segunda função da concorrência é seu efeito disciplinador. Num mundo competitivo, você nunca está muito seguro de sua posição. Se um concorrente tiver uma ideia melhor ou um produto melhor, seus dias como líder de mercado estão contados. A concorrência é o melhor antídoto para a complacência, a arrogância e a preguiça.

A concorrência tanto é um processo de descoberta quanto uma ferramenta para a perda de poder. Essas duas funções são vitais para uma economia de mercado – mas não apenas nele.

A concorrência é igualmente desejável em muitos outros lugares. Onde as cidades concorrem por residentes e seus impostos, as pessoas terão melhores serviços públicos. Onde os professores concorrem por promoção com base no desempenho, seus alunos terão uma educação melhor.

Infelizmente, muitos economistas têm dificuldade em distinguir entre os resultados da concorrência e a concorrência em si. No entanto, a distinção deveria ser muito fácil: a concorrência é sempre o comportamento de rivalidade dos concorrentes, não o número de concorrentes nem os preços que cobram.

Para promover a concorrência, a coisa mais importante que os regulamentadores podem fazer é deixar que ela evolua. A concorrência não precisa de encorajamento nem precisa ser autorizada. Ela é o que acontece naturalmente quando há recursos escassos para atender uma demanda ilimitada.

As florestas tropicais não precisam de jardineiros, tampouco.

* THE NEW ZEALAND INITIATIVE

livro_ABC_of_economic_literacyO texto faz parte da publicação ‘The ABC of economic literacy‘ [O ABC da alfabetização em economia], publicado pelo think tank The New Zealand Initiative, parceiro da Atlas Foundation.

Segundo a Atlas, “de Adam Smith ao ‘Zero-Sum Game’, [jogo de soma zero] a New Zealand Initiative listou em ordem alfabética conceitos econômicos fundamentais em uma economia de mercado e os reuniu numa nova publicação concisa intitulada The ABC of Economic Literacy.

Extraídos de uma série de artigos do boletim semanal Insights, da organização, os tópicos apresentam a leigos em economia conceitos importantes, em um modo fácil de compreender.”

 

Tradução / adaptação: Ligia Filgueiras

FONTE DA IMAGEM: WIKIPEDIA; ATLASNETWORK WORLD10, December 17, 2014

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Ligia Filgueiras

Ligia Filgueiras

Jornalista, Bacharel em Publicidade e Propaganda (UFRJ). Colaboradora do IL desde 1991, atuando em fundraising, marketing, edição de newsletters, do primeiro site e primeiros blogs do IL. Tradutora do IL.

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