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Como será a disputa política em tempo de fake news

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Donald Trump criou esse termo em uma coletiva de imprensa onde apontou o dedo para o repórter da CNN e disse: “You’re Fake News”. Esse episódio foi uma amostra do quanto ele dominava e ainda domina o imaginário americano – quiçá mundial – com suas declarações e frases de efeito.

Mundialmente, essa frase de efeito acabou se tornando uma bomba de lama ou até uma false-flag. É utilizada no momento onde um interlocutor conta uma mentira ou alguma informação falsa sobre qualquer assunto para qualquer que seja seu destinatário. Isso é usado em todo momento, especialmente na política Brasileira. O Ministro Fux quer criminalizar ou até anular uma Eleição caso ela seja ganha através de uma fake news. Não podemos negar a influência de um termo e uma situação dessas na política Brasileira.

No Aspecto jurídico, creio que cabe a preservação da liberdade de expressão e a possibilidade do indivíduo dizer ou deliberar por algo mesmo que pode ou não ser mentira. É do ser humano a capacidade de errar – isso é liberdade.

No Aspecto político, a fake news pode ser usada como uma vantagem competitiva para qualquer candidato que a saiba usar. Sim, o uso da fake news pode ser benéfico para qualquer político que deseje atacar ou defender-se de qualquer situação. Isso pode ocorrer quando o candidato acusar alguém de utilizar Fake News contra ele – sendo verdade ou não – para se esquivar de situações de estresse. Político, em geral, cria uma persona para ser usada na política. Ele cria um direcionamento para atingir os seus eleitores e… se eleger. Dentro disso, ele sabe que tem que testar suas posições à medida que ele ganhe ou perca votos.

No ganho de votos, todas as declarações são ‘verdadeiras’, sendo factuais ou não. Tudo que agrega voto para o político, ele não dirá que não disse ou afirmará que disse. Soa familiar, não? Agora, quando chega na parte de perder votos, o candidato categoricamente nega qualquer declaração que tenha dito aquilo que o fez perder votos. Com as fake news, essa situação ganha um novo terreno onde todas as declarações podem ser feitas e negadas, caso deem algum tipo de problema. No caso de Ciro Gomes, por exemplo, em entrevistas que o é indagado sobre receber o Sérgio Moro na Bala, o candidato nega veemente que disse aquilo, mesmo que essa declaração tenha sido gravada e repercutida pela internet.

Pode parecer bobeira, mas nem todos os eleitores veem os jornais que você vê e tampouco vão atrás dos fatos para averiguar todas as declarações. Isso faz com o que o candidato, em certa medida, se livre da ‘lama’ que a declaração o deixou.

Outro ponto é espalhar, deliberadamente, posições através de boatos de gabinetes ou informações privilegiadas para jornalistas e veículos de mídia e ver se sua repercussão é positiva ou negativa. Especialmente se essa mídia já é acusada, diariamente, de fake news.

Se for positiva, a prova vem em vídeo ou pronunciamentos oficiais. Se for negativa, a prova vem em vídeo e pronunciamento oficial dizendo que é um absurdo e que o querem derrubar. De todo modo, o ataque a e a defesa tornam-se uma só. Acaba criando uma situação de cortina de fumaça para aquilo que realmente está acontecendo.

Não se espantem se um candidato famoso ou até mesmo o seu candidato utilize essas táticas, afinal, estamos na política. E o período de Sabatina ainda nem começou. Política é a arte do possível, de ressaltar o melhor e o pior dos homens. Nós sabemos bem o quanto o homem pode ser ruim.

Sim, devemos desconfiar de todo e qualquer político, por mais bonito e simpático que ele pareça ser. Devemos ser céticos e fazer com que o político nos convença o contrário. Esse é justamente o papel do político: convencer. Toda pele de cordeiro pode residir um lobo.

O Brasil nem de longe é para iniciantes, caros leitores e leitoras. Aqui, o filho chora e a mãe não vê.

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Lucas Pagani

Lucas Pagani

Acadêmico de Economia da Universidade Federal de Rio Grande (FURG).

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