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A comédia é uma das armas contra a esquerda

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Filipe Altamir*

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A comédia como uso hiperbólico, satírico e humorístico nas artes cênicas existe desde a prática do Teatro na Grécia antiga, hoje normalmente é tida como uma ferramenta de expressão e crítica social, cujo objetivo é denunciar certas práticas, evidenciar determinadas hipocrisias da sociedade, fazer vexame de quem está no poder e também o auto-deboche, é achar resquício de comédia até em situações trágicas onde aparentemente só o sofrimento perdura.

A comédia e o humor são uma forma de combater o politicamente correto, que é mais forte e presente na esquerda e sua patrulha ostensiva e policial, desde que a pedagogia do oprimido e a dialética da luta de classes foi instaurada em todos os setores culturais e midiáticos, uma patrulha chata e desentendida, normalmente de esquerda, se arroga no poder arbitrário de determinar uma função social do humor; ou seja, só é humor se você criticar segmentos da sociedade e do poder que eles determinam que mereçam serem feitos de alvo da piada. Eis a verdade: não existe função social do humor. O único e simples propósito do humor e da comédia é o de fazer rir, não importa o conteúdo ou o alvo da piada. A estrutura de uma piada conta com uma instalação – setup – e o desfecho, o que será responsável pela distorção cômica e a lógica final da piada – punch -. Não importa qual o conteúdo contido nessa estrutura, a piada necessariamente precisa, primariamente, ter lógica e fazer sentido, extrair e hiperbolizar um determinado recorte da realidade, o qual pode ser extraído de qualquer situação, sem distinção alguma, desde poderosos burocratas e corporativistas até a camada mais pobre da sociedade.

Há determinados pensadores tanto da esquerda como na direita, que colocam-se na pretensão e na arbitrariedade de determinar o que seria o “humor de verdade”, “esses comediantes de hoje em dia não prestam, bom eram os de antigamente, faziam um humor inteligente”. Mal os politicamente incorretos sabem que, até o próprio Chico Anysio possuía um set de piadas de humor negro, de stand up comedy, feitos nos anos 60, e que a TV Pirata continha uma série de conteúdo politicamente incorreto que, provavelmente, sendo replicado nos dias de hoje, os mesmos comediantes sofreriam de um forte assédio judicial e de boicote irracional da patrulha politicamente insuportável.

Tendo a única função do humor a de fazer rir e possuir uma lógica objetiva contida nela, cabe ao espectador adotar seu estilo favorito, sendo arbitrária qualquer afirmação querendo indicar qual tipo de humor seria o “humor de verdade”. A quebra de paradigmas e de limites impostos naturalmente pela sociedade é um dos costumes mais importantes de quem faz comédia, arriscando-se a sofrer fortes e ostensivas represálias estatais e sociais, com certeza ser comediante no Brasil não é fácil. Diferentemente dos nossos amigos portugueses, os quais ficam espantados e estarrecidos só de saberem que determinados comediantes são processados no Brasil por fazerem piada. Isso obviamente não acontece por lá, essa possibilidade simplesmente é inimaginável para um Português, assim como também para os britânicos e os americanos.

Agora partindo da premissa de que o estilo de humor mais qualificado depende da subjetividade de cada um, não será possível mensurar um grau de ofensividade contida numa piada, uma vez que a ofensa é uma reação emocional e individual em resposta ao conteúdo do emissor. Uma piada em si não pode ser qualificada como ofensiva, afinal, caso fosse algo objetivo, todos os espectadores se ofenderiam igualmente, o que não é o caso, uma vez que as reações são distintas e mesmo que similares, ainda são em graus diferentes.  Há piadas que possuem o objetivo de surrealismo, do non-sense, de quebrar as barreiras do absurdo. Essas piadas, geralmente, não são as mais populares e são dedicadas a quem possui um senso de humor mais peculiar. Tendo em vista a variedade e sua robustez, jamais afirme que o seria “humor de verdade”, caso contrário, você será apenas mais um totalitarista, querendo posição em um órgão regulador e ditatorial de determinar, a seu bel prazer, o que seria adequado à todos. Essa mentalidade coletivista é perigosa e muitos do que se dizem não serem de esquerda o adotam.

*Estudante de Filosofia e Economia Política

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