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Carta Aberta ao Congresso Nacional

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Senhores congressistas,

Desde que o criminoso confesso Joesley Batista, patrocinador de campanha da maioria dos senhores, salvo raras e honrosas exceções, precipitou Nossas instituições, que já chafurdavam na lama, na maior crise da Nossa História, em menos de doze horas, a bolsa e o valor da Nossa moeda despencaram, desfazendo oito meses de trabalho em prol da recuperação da Nossa economia. Tão logo tomamos conhecimento da conversa entre o inescrupuloso empresário e o presidente Michel Temer, manifestamos, através das redes sociais, nosso desejo de que ele renunciasse à Presidência da República. Em vão. Se, no entanto, a maioria dos brasileiros de bem negou-se a ir às ruas para insistir no pedido de afastamento do presidente, não foi por falta de patriotismo, mas por falta de confiança na imprensa mainstream e nas autoridades, com a exceção da equipe da Lava Jato, notadamente, o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, depositários da Nossa esperança de moralização da política nacional.

Além do mais, falta-nos também alternativas: uma eleição direta, além de não estar prevista na Nossa Constituição, provavelmente, seria realizada através das urnas venezuelanas Smartmatic, que têm uma curiosa vocação para eleger candidatos do Partido dos Trabalhadores; e a eleição indireta demanda representatividade, algo que, definitivamente, não assiste à maioria dos senhores, seja por que Nosso sistema político – forjado para perpetuar no poder pseudo representantes – não cria condições para uma legítima representação popular, seja por que a função legislativa não tem sido utilizada para fins convergentes com o interesse público. Um exemplo disso é o projeto da nova lei de imigração, uma temeridade para o povo brasileiro, demonstração irrefutável do abismo existente entre os interesses dos senhores e a vontade popular, para dizer o mínimo e manter o decoro que a indignação tenta usurpar desta signatária.

Por outro lado, a instabilidade política e econômica pela qual passa Nosso país –“Nosso”, frise-se! – exige dos seus homens públicos, agora mais do que nunca, um sério compromisso com os resultados práticos das suas ações, pois os brasileiros têm pagado um alto preço pela ineficiência, desonestidade e deslealdade dos seus pseudo representantes. Essa é a razão pela qual a signatária vem à presença dos senhores, especificamente para advertir-lhes de que as reformas propostas pelo governo, apesar de tímidas – afinal, ainda predomina no parlamento uma anacrônica cultura intervencionista e assistencialista –, contribuirão para a estabilidade econômica de que o Brasil tanto precisa, e têm que ser votadas, em caráter de urgência e sem barganhas políticas, independentemente de Michel Temer continuar ou não na Presidência da República. Se os senhores ainda não retomaram essas votações, é tão somente por que estão mais preocupados com a oportunidade que a crise política pode eventualmente lhes proporcionar do que com o Nosso país. Nada justifica a omissão dos senhores, muitíssimo bem remunerados para legislar em benefício do povo brasileiro.

Cumpram, portanto, senhores, seus deveres constitucionais, ou assumam, de uma vez por todas, que não estão à altura dos desafios que a crise nos impõe e restituam a governança à Casa Imperial, de onde nunca deveria ter saído, para que ela, com seu poder moderador, faça a transição para um novo parlamento, a ser constituído através das eleições gerais de 2018. Quem sabe os novos parlamentares tenham mais respeito por “Nós, o Povo“.

Mônica Lustosa

(cidadã brasileira).

 

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