Bloomberg mostra o óbvio – Saúde brasileira é cara e ineficiente

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ROBERTO BARRICELLI*

Novamente surge uma prova de que gastos elevados e carga tributária sufocante não são sinônimos de eficiência e qualidade, pelo contrário.

Levantamento efetuado pela respeitada consultoria norte-americana Bloomberg mostra que gastos elevados não são efetivos para a qualidade da saúde. Não à toa no estudo, que considera os países com expectativa de vida acima de 70 anos, mais de 5 milhões de habitantes e PIB per capta mínimo de US$5 mil, o Brasil ficou na 48ª posição, atrás de países como Irã, República Dominicana, Perú e Sérvia.

SaúdenoBrasil

Nas duas primeiras colocações estão Hong Kong e Singapura, “coincidentemente” os dois países com maior Liberdade Econômica no mundo, segundo o Index of Economic Freedom (Índice de Liberdade Econômica) da Heritage Foundation. Chama a atenção que os países mais livres do mundo estão no TOP 10 do levantamento, são eles: Japão (3º), Austrália (7ª), Coréia do Sul (8ª), Suíça (9ª) e Suécia (10ª), além do Chile (13º), sendo este o país melhor colocado em toda a América nos dois índices (Saúde e Liberdade Econômica). Veja a tabela abaixo da Fundação Heritage:

LiberdadeEconômica

Como fica claro, os países com maior liberdade econômica entre os 48 pesquisados ocuparam o topo do levantamento e a maioria das posições no TOP 10. Isso mostra novamente o abismo entre carga tributária e serviço público. Lembrando que o levantamento trata sobre o “custo benefício” da saúde, ou seja, os gastos médios versus os serviços e a expectativa de vida da população. Por exemplo, se fôssemos medir apenas a qualidade da saúde, outros países estariam “melhor colocados”, porém, a “qualidade superior” destes possui um custo muito maior do que realmente vale, o que os deixa em posições inferiores.

Também destaco que Israel está na 4ª posição do levantamento, mostrando como o poderio econômico de seus cidadãos está aliado ao custo benefício dos serviços de saúde oferecidos.

Mas voltando ao Brasil, de novo estamos em último lugar. Falo de novo, porque segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) entre o 30 países com maior carga tributária sobre o PIB, o Brasil ocupa a última posição em qualidade de retorno dos serviços públicos. Ou seja, pagamos muito mais impostos do que recebemos em troca via serviços públicos.

E nessa pesquisa novamente os países com maior Liberdade Econômica e menores cargas tributárias sobre o PIB (entre os 30) aparecem nas primeiras posições. Veja a tabela abaixo e compare com a tabela acima:

TributoseRetorno

É fácil visualizar que os países com menos impostos estão nas primeiras posições nesse ranking e possuem liberdade econômica ampla.

Enquanto isso, o Brasil está em 100º no Índice de Liberdade Econômica, possuí a maior carga tributária sobre o trabalhador do mundo e está sempre nas últimas (quando não em último) posições dos estudos de qualidade dos serviços públicos e retorno à população.

Lembro-me de um ex-presidente inaugurando uma Unidade de Pronto de Atendimento médico em Pernambuco e dizendo: “Está tão bem estruturada que dá até vontade de a gente ficar doente pra ser atendido aqui?”. Claro, que depois tratou o próprio câncer no Sírio Libanês, um dos melhores Hospitais Particulares do país.

*JORNALISTA

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

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