American Idol racista?
ALEXANDRE BORGES *
Dez ex-finalistas do American Idol, considerado o programa mais impactante da história da televisão mundial pelos números de audiência e faturamento publicitário, estão processando a FOX, dona do show, por racismo. Eles acham que foram discriminados e, claro, querem uma fortuna de indenização.
A acusação acontece num momento curioso, poucas semanas depois de uma negra ser declarada campeã: Candice Glover. Das doze edições do programa, quatro foram vencidas por negros. Parece um programa racista para você?
Também essa semana, a mais importante personalidade da história da TV americana, Oprah Winfrey, foi desmascarada depois de uma tentativa absurda de fabricar um caso de racismo numa viagem que fez para a Suíça para o casamento da Tina Turner. A vendedora acusada reagiu indignada e Oprah teve que dizer que foi mal interpretada, que não houve racismo e que não era bem isso.
Grande parte da imprensa americana blindou Barack Obama de qualquer crítica gritando “racismo” ao mais leve questionamento sobre seu desempenho no cargo. Ela declarou guerra a toda e qualquer oposição numa missão resumida por Chris Matthews, âncora da MSNBC, ao dizer que o dever dele, como jornalista, era reeleger Obama, um homem “que nunca fez nada de errado na vida e só quer o bem do povo”.
Recentemente, o ativismo oportunista de gente como Al Sharpton, Jesse Jackson e do próprio presidente americano quase mandou um inocente para a cadeia no caso Trayvon Martin, que analisei para o Instituto Liberal.
É uma época em que o politicamente correto, eufemismo canalha para marxismo cultural, está mostrando finalmente a que veio: a destruição total dos valores mais básicos da sociedade ocidental, que está rapidamente perdendo sua capacidade de discernimento sobre o certo e o errado em relação a grupos balcanizados pela esperteza política de uma corja de intelectuais, jornalistas e ativistas ao perceber o potencial eleitoral e financeiro da estratégia de criar classes de “oprimidos” para depois se autodeclarar representante delas.
O processo contra o American Idol é apenas mais um triste capítulo da história de um movimento que sequestra uma boa causa, a luta contra o racismo, e a transforma num monstro a serviço de uma agenda política execrável.
* DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL