A verdade sobre a corrida espacial: Estado totalitário soviético vs Estado democrático americano
O mundo comemorou, no último dia 26, o vigésimo quinto aniversário da queda do Muro de Berlim, ocorrida em 1991. Para comemorar o fato, ou, quem sabe?, para afogar as mágoas, a BBC Brasil resolveu desengavetar um velho documentário “demonstrando” que a União Soviética teria vencido a corrida espacial contra os Estados Unidos, durante a Guerra Fria. Sugestivamente, outros grandes portais, como G1 e UOL, fizeram coro e divulgaram a mesma matéria, para rejubilo dos comunistoides de plantão (olhem os comentários e comprovem).
Para os saudosistas da antiga Cortina de Ferro, como a deputada Manuela D’Ávila, por exemplo, para quem o iPhone é, de fato, uma invenção comunista, essa seria uma demonstração definitiva de que o comunismo seria, social e economicamente, superior ao capitalismo, muito embora a história do Século XX tenha provado e comprovado, na maior parte das vezes de forma dramática, justamente o contrário.
Não por acaso, os níveis de prosperidade, produtividade, riqueza e bem estar das nações livres, principalmente dos Estados Unidos, do Japão e da Europa Ocidental, desde o advento do capitalismo, são imensos. Enquanto isso, a experiência atroz do comunismo russo e de toda a Cortina de Ferro está também muito bem documentada. Peguem o exemplo de Cuba e reparem como uma economia pode, com a ajuda de meia dúzia de lunáticos, parar no tempo. Quem visita Havana tem a exata impressão de que voltou aos anos cinqüenta do século passado.
Mas o grande laboratório mesmo foi Berlim, cidade onde conviveram, lado a lado, durante quarenta e cinco anos, separadas pelo muro da vergonha, a pujança capitalista e as deletérias práticas do comunismo. De um lado uma cidade moderna, um próspero centro comercial e financeiro, com o conforto e os benefícios que só o capitalismo produz, e de outro apenas desamparo, corrupção e um indisfarçável “salve-se quem puder”. Uma diferença gritante, principalmente se levarmos em consideração o fato de que aquela experiência foi realizada em local com a mesma geografia, o mesmo povo, a mesma cultura, a mesma educação, a mesma história, enfim, os mesmos recursos humanos e naturais. (Algo muito semelhante foi também testemunhado na península da Coréia).
Diante do farto material histórico, é totalmente inútil e sem sentido determinar quem teria vencido a famigerada corrida espacial. Entretanto, admitamos, apenas para efeito de argumentação, que a União Soviética realmente a venceu. Por acaso, isso prova que o modelo comunista é (foi), de algum modo, superior ao capitalista – ou mesmo que aquela malfadada experiência trouxe algum benefício para a humanidade em geral? Claro que não. Afinal, bastaria verificar que quem derrubou o fatídico Muro de Berlim foram os comunistas, ávidos por adentrar o lado capitalista, não é mesmo?
Ademais, uma suposta vitória comunista, nesse caso, só provaria que o Estado totalitário soviético teria sido mais eficiente que o Estado democrático americano naquela corrida. Sim, senhores, a NASA nada mais era (é) que um braço do Tio Sam. Uma entidade estatal designada para operar o projeto espacial norte americano, já que, na época, não havia qualquer interesse da iniciativa privada naquela empreitada, pois faltava o componente básico: perspectiva de lucro.