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A necessária transformação no paradigma de negócios na universidade

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O engenheiro e economista Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico de Davos, afirma em seu livro A Quarta Revolução Industrial que vivemos na era da digitalização, aniquiladora das distâncias, que possibilita maior colaboração e inovações.

Diante desse contexto, uma série de empresários de sucesso, tais como Elon Musk, CEO da Tesla, diz que a educação formal universitária, incluindo mestrados e doutorados, vale “quase nada”, já que as habilidades e os conhecimentos essenciais para essa era da inovação estão longe de serem desenvolvidos pelo ensino formal.

Concordo com ele em que as habilidades e os conhecimentos exigidos para o “mundo tecnológico da inteligência artificial” podem ser alcançados por meio do esforço pessoal no aprendizado em cursos técnicos especializados nessas ferramentas inovadoras.

O foco no técnico profissionalizante sempre deveria ser algo importante como acesso ao mercado de trabalho para alguns ou complementação especializada para outros; mas o problema aludido refere-se mesmo à educação universitária formal em negócios ou à forma com que ela está formatada na atualidade?

Evidente que a educação formal deveria ser fundamental no sentido de ensinar a pensar temas e preocupações humanas para além do puro tecnicismo de mercado.

A realidade é que o ensino de gestão e negócios no Brasil, de um modo geral, continua centrado em assuntos totalmente desconectados e irrelevantes para o mundo real dos negócios.

A estrutura clientelista e arcaica da educação nacional privilegia e fomenta a formação de acadêmicos “idealistas”, que lá pelos seus 30 anos saem com diplomas de doutorado sem nunca terem pisado e sentido – que dirá tido experiência com – os processos e conflitos empresariais verdadeiros e desafiantes das cadeias globais de valor atuais.

Aulas de economia focadas no ensino de macroeconomia keynesiana e estatista. Microeconomia, empresarial e de mercado, foram suprimidas em vários cursos de gestão e negócios.

Aulas de história econômica ainda completamente romantizadas com o “aprofundamento” do grande pai – e mãe -, o velho e pós-moderno Marx!
Vigência das romanescas matérias e verbalizações poéticas e pueris em vez do centro na vida técnica e comercial atinente a esses assuntos vinculados com a verdade do mercado.

Novas metodologias… na grande maioria das vezes, pirotecnia improdutiva.
Português de qualidade e matemática para negócios, nem pensar.

Abram “jornais” e revistas de negócios e encontrarão homens e mulheres de negócios escrevendo lindas e nobres poesias, meras abstrações.

Abram revistas acadêmicas de negócios e encontrarão quase de tudo, com estudos detalhando filigranas sobre, p.e., o perfil machista do líder, as vestimentas dos LGBT’s, etc. e tal, quase nada sobre temas e questões relevantes para o mundo empresarial real.

Alguns acadêmicos dirão: “Não é isso!!”. É mesmo? Faça uma pesquisa séria e comprove por si só qual é o nível de contato e apropriação empresarial com tais estudos acadêmicos.

O problema está na relevância e no impacto dos assuntos de pesquisa!

Enfim, creio que seria crucial inverter o modelo universitário brasileiro, incentivando e dando maior peso e valor para a verdadeira experiência empresarial, tanto dos mais jovens como também dos mais experientes profissionais de mercado. Evidente que a resistência do clube do inglês é demolidora.

Claro que a educação não se faz só na universidade, especialmente nesses novos tempos.
Apesar de minha concordância parcial com o chamado de Musk, penso que ele acerta num ponto extremamente relevante.

A vida empresarial não é somente dependente de política econômica – tristemente ainda ideologizada com sua poesia estatista -, mas é feita pelo espírito da agência individual, empreendedora e criativa de homens e mulheres, que exploram e aprofundam os conhecimentos e mentes ampliadas na universidade e continuamente capacitam-nos dentro e fora dos bancos escolares e, acima de tudo, correm riscos (em parte “calculados”) e fazem acontecer, além de aprender – e ensinar – sobre os mercados reais.

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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