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A justiça social de Elizabeth Warren esbarra na realidade

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O Partido Democrata está em processo de escolha para a eleição presidencial de 2020. Candidatos estão a apresentar suas propostas e agradar ao eleitorado azul para a tão sonhada nomeação, o aval para tentar derrotar o presidente Donald Trump. Em uma fase da política americana onde o socialismo econômico ganha força e o mito do governo grátis faz baterem mais forte jovens corações, as propostas econômicas milagrosas estão a ganhar força e representação. 

Dentre os candidatos, uma chama a atenção pela agenda socialista como remédio para as desigualdades sociais nos EUA. Elizabeth Warren é senadora pelo estado de Massachusetts, uma progressista moral convicta e uma entusiasta do bom e velho programa econômico do Partido Democrata: controle estatal, taxação agressiva dos ricos, regulações aos montes e distribuição de programas estatais como solução mágica para os problemas americanos. 

O plano de Warren é taxar os ricos e com o volume de impostos arrecadados com essa nova taxação bancar um sistema de saúde universal e ‘’gratuito’’, o dito Medicare for allÉ a ideia vaga e totalmente imprecisa de que bancar programas custeados pelo governo é possível graças a um aumento na arrecadação tributária, ou seja, tirar do cidadão para depois dizer que fez algo para ele.  

Os americanos com um patrimônio líquido de US$ 50 milhões pagariam 2% de imposto anual, ao passo que os detentores de US$ 1 milhão pagariam 6% do mesmo imposto. Em bom português: Warren está a propor uma taxação sobre fortunas. As consequências de tal modus operandi em países que adotaram tal medida foram destrutíveis. Na França, um imposto sobre grandes fortunas de inacreditáveis 75% foi estabelecido pelo ex-presidente socialista François Hollande. O resultado não poderia ser outro: fuga de capital. Investidores estrangeiros e os próprios franceses ricos fugiram da França e investiram e alocaram seus recursos em outras nações, especialmente na Bélgica e na Suíça.  

É isso que ocorre quando os justiceiros sociais do dinheiro alheio tomam o poder e colocam adiante propostas absurdas e fadadas ao fracasso como essa. Instituições, governos e Estados não são playground para sonhos adolescentes de fim das desigualdades ou coisa do tipo. Todo cuidado com o dinheiro do contribuinte é (muito) pouco. 

Algum esquerdista de plantão pode indagar: ah, mas o imposto proposto pela Elizabeth Warren não é de 75%, é de no máximo 6%. Ainda que incomparavelmente mais baixo e menos audacioso que o caso francês, esta taxação das fortunas de cidadãos americanos não deixaria de ter um efeito nefasto para a economia americana e – vejam só! – para os mais pobres dos EUA. 

Como noticia a FOX News: ‘’Um modelo de orçamento da Universidade da Pensilvânia, Penn Wharton – que oferece análise apartidária de propostas de políticas públicas – estima, no entanto, que os impostos de Warren aumentariam entre US$ 2,3 trilhões e US$ 2,7 trilhões em uma década. Isso equivale a US$ 1,4 trilhão a menos do que as estimativas da campanha de Warren. A análise foi divulgada na quinta-feira. Também conclui que os novos impostos levariam a economia a se contrair entre 0,9% e 2,1% até 2050 – dependendo de como a nova receita é gasta. O modelo diz que o novo imposto reduziria a ‘formação de capital privado’ o suficiente para reduzir o salário médio da economia dos EUA entre 0,9 e 2,3%, afetando até as famílias não ricas o suficiente para se qualificar para o imposto’’. 

Ou seja, o imposto sobre fortunas de Warren colocaria os EUA em recessão, diminuiria a renda dos pobres americanos e muito provavelmente expulsaria capital a ser investido no país. A frieza da realidade econômica é clara: mais impostos, menos investimentos privados, menos empregos e salários menores. E o pior é que tais impostos seriam destinados para programas governamentais ineficientes e cada vez mais consumidores de receitas, gerando uma bola de neve insuportável ao contribuinte. Por todos os ângulos possíveis da realidade concreta, o plano de Elizabeth Warren é um engodo e um fiasco completo. 

A realidade é complexa demais para sonhos e planos simples. Tirar dos ricos e dar aos pobres pode ser uma atitude belíssima moralmente, mas só mesmo na ficção. Aplicada na prática, essa fórmula é um completo desastre. Fazer caridade com o dinheiro alheio é desprezível em qualquer caso e a justiça social de Elizabeth Warren esbarra na realidade. 

Referências: 

1.https://elizabethwarren.com/plans/ultra-millionaire-tax 

2.https://www.foxnews.com/politics/nonpartisan-analysis-says-warrens-wealth-tax-math-doesnt-add-up 

3.https://www.infomoney.com.br/colunistas/economia-com-renata-barreto/taxar-grandes-fortunas-entenda-as-razoes-para-isso-nao-dar-certo/ 

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Carlos Junior

Carlos Junior

É jornalista. Colunista dos portais "Renova Mídia" e a "A Tocha". Estudioso profundo da história, da política e da formação nacional do Brasil, também escreve sobre política americana.

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