fbpx

A fritura de Guedes por Maia e o silêncio dos liberais

Print Friendly, PDF & Email

Em meio à pandemia do coronavírus e todos os esforços do governo Bolsonaro em contê-la, surgiu um atrito entre o presidente e o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta.  Entre alfinetadas públicas e indiretas com destinatários óbvios, a confusão entre ambos os políticos – Mandetta é deputado federal por Mato Grosso do Sul pelo DEM – mostrou até que ponto a grande mídia e o establishment estão dispostos a abortar o mandato de Bolsonaro.

O ministro era inicialmente um mero funcionário do presidente, mas logo depois virou herói para os inimigos do governo ao confrontá-lo publicamente sobre o isolamento social e o uso da hidroxicloroquina no tratamento da COVID-19. A patética comoção criada artificialmente com a possibilidade de sua saída – com direito a aplausos de jornalistas e outros presentes na coletiva que sacramentou a sua permanência – exemplificou como a solidariedade com os atuais ministros depende de quem os frita.

Explico: o ministro da economia, Paulo Guedes, é fritado constantemente pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e tudo o que ganha da imprensa e dos opositores do presidente Bolsonaro – incluo liberais aqui – é mais chutes e pontapés do que já recebe.

Dentre tantos conflitos desnecessários gerados pelo vaidoso e irresponsável Rodrigo Maia, pelo menos três são interessantes para mostrar o quanto Guedes é alvo de ataques advindos de gente desqualificada e não é defendido pelos seus:

(1) Durante as manifestações violentas e assassinas no Chile, Paulo Guedes falou que não seria nenhuma surpresa se alguém pedisse um AI-5 no Brasil para conter uma anarquia semelhante em solo tupiniquim. Rodrigo Maia – que não tinha nada a ver com isso e nem foi chamado por ninguém para dar opinião – tratou de crucificar o ministro, pois Maia falou que manifestação pacífica e ordeira não tem nada a ver com AI-5. Primeiro que os grupos da esquerda chilena promotores da desordem violenta são ligados aos mesmos grupos da esquerda brasileira através do Foro de São Paulo – de que o sr. Maia nunca ouviu falar. Acreditar no bom comportamento de gente como os black blocs é de uma ingenuidade sonsa típica de Maia. Segundo: Guedes colocou em palavras um diagnóstico da realidade que nada tem a ver com um desejo pessoal seu. Ele não pediu AI-5; mas no Brasil a descrição da realidade é logo tratada com paixão enviesada – deficiência cognitiva típica de semianalfabetos como Rodrigo Maia.

(2) Paulo Guedes colocou os pingos nos is sobre o famigerado Plano Mansueto: é uma pauta-bomba que vai gerar R$ 180 bilhões em impacto fiscal ao Executivo. A resposta de Rodrigo Maia? ‘’Paulo Guedes é vendedor de redes. Vende as coisas do jeito que quer, da forma que quer”. Ou seja, Guedes inventou o número de forma aleatória mesmo sendo integrante do governo, e Maia que não parte é quem tem razão. Ainda que Maia esteja sendo verdadeiro em defesa da pauta-bomba absurda, ele é no mínimo hipócrita ao se dirigir a um ministro dessa forma e cobrar polidez e educação quando é criticado – quase sempre com razão.

(3) Ainda sobre o assunto anterior, o sr. Maia acusa – palavras dele – a equipe econômica chefiada por Guedes e o governo federal de agilizarem o socorro financeiro aos estados do Norte e do Nordeste para a manutenção dos governos petistas e criarem um impasse em relação ao resto do país governado pela centro-direita, pois manter o PT vivo é estratégico para Bolsonaro. Rodrigo Maia é de fato um sujeito com a mente fértil: inventa coisas e as vê onde não existem. Não há sinal algum de suposta agilidade do governo federal para uma região em detrimento da outra. Além disso, quem disse que manter o inimigo político é algo bom para a sua própria plataforma política? Se as coisas fossem assim, os governadores esquerdistas seriam os primeiros a apoiar o presidente Bolsonaro em todas as suas atitudes e projetos, para que uma vez comprovado o insucesso de suas ideias, o comuno-petismo surgisse como solução mágica. Não é assim na realidade e Maia sabe disso.

São tantos os exemplos que deixariam o artigo longo que resolvi escolher os mais simbólicos para exemplificar a constante fritura de Guedes por Rodrigo Maia e seus aliados políticos do estamento burocrático. Em todas as ocasiões, não vi um só liberal erguer a voz para defender o mais liberal de todos os ministros já responsáveis pela economia brasileira. Muito pelo contrário: no caso do AI-5, muitos liberais participaram ativamente do linchamento a Guedes.

Paulo Guedes é um homem capacitado, honesto e bem intencionado. Reúne todas as qualidades para ocupar o ministério que lhe cabe. Mas é constantemente alfinetado por tipos como Rodrigo Maia e liberais que deveriam apoiá-lo nada falam em sua defesa. Como Mandetta, alguém atrapalha o seu trabalho. Mas como o ‘’alguém’’ é diferente, alguns liberais solidarizam-se com ele em detrimento a Guedes.

Referências:

1.https://www.youtube.com/watch?v=qzTJy4tW3tw

2.https://www.poder360.com.br/congresso/maia-critica-guedes-e-diz-que-planalto-evita-ajudar-governos-de-centro-direita/

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Carlos Junior

Carlos Junior

É jornalista. Colunista dos portais "Renova Mídia" e a "A Tocha". Estudioso profundo da história, da política e da formação nacional do Brasil, também escreve sobre política americana.

Pular para o conteúdo