10 verdades sobre economia que muita gente não se dá conta
NCPA* [1]
Com o atual clima político tenso em Washington, a compreensão de algumas verdades econômicas essenciais pode ajudar os políticos a conseguirem que as coisas aconteçam, diz Jeffrey Dorfman, professor de economia da Universidade da Geórgia.
Dorfman identifica 10 fatos econômicos importantes que, segundo ele, os formuladores de políticas precisam reconhecer:
- O governo só redistribui a riqueza, o emprego e a renda; ele não pode criar nada por conta própria, já que ele tem que tirar dinheiro de alguém para gastá-lo com os outros. Todo o dinheiro recolhido ou empregos “criados” pelo governo apenas substituem o investimento do setor privado e a criação de emprego que teriam ocorrido se fosse permitido às pessoas gastarem os seus próprios recursos.
- A desigualdade de renda não prejudica a economia. Enquanto os pobres gastam quase todo o seu dinheiro, assalariados de renda mais alta poupam uma parte de sua renda, o que é tão bom para a economia quanto os seus gastos, se não melhor. A poupança leva a um maior investimento e a maior renda nacional no longo prazo.
- Pagar salários baixos não é exploração da empresa. Assim como as empresas têm de ajustar os preços de acordo com a demanda dos consumidores, elas estabelecem os salários com base na oferta e procura de trabalho.
- A super-regulamentação ambiental faz subirem os preços. Como os pobres gastam a maior parte de sua renda, especialmente em energia, a super-regulamentação funciona como um imposto regressivo.
- A educação não é um bem público. Embora financiemos a educação pública do Jardim até o Ensino Médio inclusive [2], ela produz um capital humano que é propriedade privada de cada pessoa. Apesar de muitos defenderem a educação pública por considerarem-na um “bem público”, é importante perceber que os benefícios resultantes da educação não são dados de graça.
- A remuneração dos executivos de uma empresa pode ser alta, mas também é a dos atletas e das estrelas de cinema. Essa remuneração pode reduzir os lucros da empresa, mas não reduz o salário de outros funcionários, já que a remuneração destes é determinada pelo mercado.
- Os gastos do consumidor não impulsionam a economia. Poupar mais e gastar menos de nossa renda resultarão em mais recursos no longo prazo.
- As coisas “de graça” fornecidas pelo governo são tipicamente de baixa qualidade e desnecessariamente caras.
- Injustiças acontecem. O governo não pode corrigir todas as injustiças, e toda vez que o governo intervém para “consertar” alguma coisa, ele põe os custos em outra pessoa. Políticas de ação afirmativa, por exemplo, só concedem admissões à faculdade para alguns candidatos negando admissões para outros.
- Não existe essa coisa de almoço grátis. Os serviços “gratuitos” do governo custam dinheiro. Da mesma forma, aumentar o salário mínimo dá mais dinheiro aos empregados desempregando outros e aumentando os preços ao consumidor.
Apesar dos liberals [vide nota 1] estarem acostumados a concentrar seus argumentos políticos na compaixão, a compaixão não pode superar as verdades básicas da economia, escreve Dorfman. Quase sempre as políticas do governo têm consequências não intencionadas – e prejudiciais.
* NATIONAL CENTER FOR POLICY ANALYSIS
Artigo na íntegra:Jeffrey Dorfman, “10 Essential Economic Truths Liberals Need to Learn,” Forbes, June 5, 2014.
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Tradução/adaptação LIGIA FILGUEIRAS
Fonte da imagem: Wikipédia – Câmara dos Representantes dos Estados Unidos
[1] O título original da NCPA é, literalmente, “10 verdades sobre economia não compreendidas pelos Liberais” (10 Economic Truths Not Understood by Liberals). Como a expressão “liberal“, no contexto americano, não tem o significado clássico empregado em todos os outros países, suprimimos o termo. O “liberal” americano é aquele que defende a liberdade de expressão, mas aceita a intervenção do governo na economia. No Brasil, eles seriam os sociais-democratas. [N.E.]
[2] K-12 education: kindergarten through twelfth grade (do Jardim de Infância ao fim do Ensino Médio). [N.E.]