Marco Rubio e as sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes

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A declaração do secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, de que há grandes chances de sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes reaqueceu a discussão no Brasil sobre essa possível ação externa contra o nosso autoritarismo judiciário.

O programa do jornalista William Waack na CNN é um dos poucos produtos jornalísticos brasileiros aos quais ainda presto atenção. Waack, entretanto, foi infeliz ontem ao proclamar, quase como um esquerdista das antigas ou um nacionalista obtuso, que o assunto é “só nosso”. Não existe essa de assunto “só nosso”. Não faz o menor sentido acreditar que os EUA não devam se importar com um arremedo de ditadura sem vergonha se desenvolvendo no quinto maior país do mundo, localizado no mesmo grande continente americano.

Para além disso, também é desaconselhável ignorar que as decisões censoras de Moraes afetam os interesses de empresas e cidadãos norte-americanos. O argumento do “assunto nosso” não aparece, curiosamente, quando Luís Roberto Barroso faz apelos ao encarregado de negócios dos EUA por declarações firmes a favor do sistema eleitoral brasileiro e contra o suposto golpe bolsonarista. Não aparece quando os EUA de Joe Biden fazem visitas diplomáticas e gestos no sentido de constranger as autoridades brasileiras em atendimento aos pedidos de um representante do Judiciário, ou quando ONGs financiadas por grupos bilionários impulsionam campanhas no Brasil para favorecer os interesses eleitorais de Lula — como mostra a reportagem “Operação ‘Tio Joe’: a influência dos EUA na eleição brasileira de 2022”, brilhante trabalho do jornalista David Agape.

Poucos — a não ser os mesmos esquerdistas jurássicos — dirão, por exemplo, que a Venezuela é assunto apenas de Maduro. Como dizia Carlos Lacerda, em opinião que analiso em meu livro Lacerda: A Virtude da Polêmica, não raras vezes esse dogma da “autodeterminação” é usado apenas para defender a posição cômoda determinada pelos tiranos para si mesmos, consagrando a escravização em vez da efetiva vontade dos povos.

Ninguém quer — certamente não eu — que os EUA enviem tanques e dominem o Brasil.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, conselheiro de diversas organizações liberais brasileiras, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 11 livros.

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