Nos últimos dias, os meios de comunicação informaram que as lojas Americanas declararam à justiça dívidas que somam 40 bilhões de reais.
A diferença evidente entre o rombo das Americanas e a crise em uma estatal, geralmente motivada pela corrupção, é que o prejuízo privado não é colocado nas costas de toda a população brasileira.
Os 40 bilhões devidos pelo conglomerado atingem seus credores e acionistas – com o elo fraco, os seus funcionários, que correm o risco de perder seus empregos. Quando se passa para o setor público, o problema atinge a população de forma muito mais ampla, pois se trata de dinheiro de nossos impostos, produzidos por todos nós, que deveriam ser direcionados para políticas públicas de benefício coletivo (como a segurança, por exemplo) ou na esfera administrativa estatal (justiça, defesa, relações exteriores) e que, por justamente faltar, terá que ser tirado de algum lugar, que quase sempre é o bolso do cidadão.
Ninguém aqui, a menos que seja acionista ou funcionário das Americanas, precisa se preocupar com o rombo da companhia, pois não precisará tirar um centavo do próprio bolso. Exceto se, e somente se, o governo decidir praticar seu antiliberalismo e dar dinheiro para salvar uma empresa à beira da falência.
*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.