O amor vencerá a prosperidade
O ano de 2022 será sempre e funestamente lembrado como o ano sem fim. Porém, 2023 promete, ah como ele será lindo, ou melhor, “amoroso”! A galera das artes está em festa, o amor está vivo e de volta.
O capitalismo “comedor de adultos”, segundo a turma do beautiful people, deve ser sepultado, embora, evidentemente, os cachês da turma do ódio do bem devam ser preservados. O capitalismo, verdadeiro motor responsável pelo desenvolvimento econômico e social desde o início do processo de industrialização, tem que ser trocado pelo capitalismo das “partes interessadas” – e como há partes “interesseiras” de burocratas estatais e de empresários corporativistas interessados!
Até o Papa Bergoglio tem se manifestado, diversas vezes, contra o capitalismo selvagem, recebendo no Vaticano, inclusive, o “salvador da pátria verde-amarelo” recém-eleito. Por nossas bandas, será um ano repleto de políticas e de iniciativas que demandariam razão, conhecimento e ciência com “”C”, alteradas pela “ciência” sem ciência.
Tudo aquilo que se vincula aos criadores de riqueza, indivíduos e empresas cederá lugar àquilo que se cola ao amor, ou seja, a sinalização de virtudes vinculadas à diversidade e à inclusão, mesmo que isso atrase a vida de todos e, factualmente, prejudique a implementação de políticas de diversidade e de inclusão racionais, geradoras de resultados pragmáticos.
A turma do amor quer as minorias identitárias a bordo, mesmo que o cerne da questão esteja na produção de melhores resultados para a sociedade. Isso inclui áreas essenciais, tais como saúde, segurança e educação, que serão impactadas pela lógica ilógica da caridade ao invés da eficiência.
Como minha preocupação com a opinião dos outros tangencia o zero, é muito duro – para ser econômico – ficar lendo e ouvindo esse papinho marxista morfético de “dívida histórica”. O que de fato está por trás dessa narrativa é a tentativa de dividir para conquistar, e é por isso que a coesão social se encontra na latrina tupiniquim.
Não dá para aguentar essa conversinha fiada de opressão, da ultrapassada luta de classes e da exploração de empresários capitalistas sobre os fracos e oprimidos trabalhadores. Os países, de fato, desenvolvem-se quando o Estado não atrapalha os criadores de riqueza, quando existe um Judiciário que assegura as liberdades e garante a segurança dos contratos e investimentos. Além disso, quando os impostos são baixos e há livre comércio.
Toda essa turma do amor arrota, pelo menos da boca para fora, um coletivismo pernicioso, abstrato, que vai de encontro à lógica de que cada um de nós é responsável por suas ações. Também faço parte de uma minoria, a de judeus, e não devo nada para ninguém.
Todas essas sinalizações de virtudes de cunho coletivista da turma do amor são hipocrisias e contraproducentes. As genuínas diversidade e inclusão terão lugar – certo – e prosperarão naquelas nações que mantiverem a lógica individual vencedora do sistema criador de riquezas, o capitalismo, ou, se preferirem, a economia de mercado.
No Brasil, 2023 será o ano do amor, seguramente. Da prosperidade, penso que não.