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¡Bienvenidos Cubanos, Adiós La Plata!

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CARTA MENSAL DA MP ADVISORS

“Não me iludi com o totalitarismo de esquerda por um raciocínio muito simples: Deus não é socialista, criou os homens profundamente desiguais.” – Roberto Campos

Os tempos complexos pedem que revisitemos os sábios que já não estão entre nós.  Recorro então ao ex-ministro, deputado e senador, filho de um professor e de uma costureira, órfão de pai aos dois anos de idade. E chegou lá, sem o sistema de cotas. Revolucionário, não?

Nada mais ingênuo do que achar que a dicotomia direita x esquerda é coisa do passado. Também é coisa do passado crer que a esquerda se apresenta em modelos econômicos 100% planificados, ao estilo da antiga URSS e da atual Coréia do Norte. O comunismo não é um modelo econômico, ou muito menos uma filosofia solidária de vida. O comunismo nada mais é do que um sistema de poder, um sistema de dominação e perpetuação no governo de uma casta. E como todo organismo vivo, sofre mutações e vai se camuflando e se adaptando aos novos tempos. O modelo tradicional, onde havia uma revolução armada e sangrenta, é coisa dos livros.

Vivemos hoje a revolução cultural, preconizada por Antonio Gramsci, filósofo italiano falecido em 1937. O ideólogo, ao visitar a Rússia na década de 20, profetizou corretamente que o modelo implodiria, afinal não se mantém milhões e milhões em cativeiro para sempre.  Para que o comunismo tivesse vida longa, Gramsci recomendou que primeiro a revolução teria de ser feita nas mentes e corações. Por isso, não causa espanto que praticamente todo o ‘establishment‘ acadêmico, cultural e jornalístico tenha o mesmo discurso pasteurizado de esquerda. Não é de se estranhar que todos os partidos do Brasil sejam de esquerda. Chega a ser engraçado ver que o PSDB (um partido de centro-esquerda em qualquer lugar civilizado), seja encarado como o mais empertigado direitista. A ideia da revolução cultural é tomar o poder pela via democrática e depois ir corroendo as instituições aos poucos. O roteiro já está dado por Venezuela e Argentina.

As sementes do pensamento coletivista estão entranhadas na alma brasileira e os frutos (podres) já começam a aparecer. O governo Dilma caminha sem pudores para a esquerda e isso já se faz sentir tanto nos resultados da economia, quanto na percepção do mercado financeiro.  Não é a toa que o real, em 2013, é uma das três piores moedas emergentes do mundo.  Há algo além da ‘fortaleza‘ do dólar por detrás do enfraquecimento do real. Os agentes econômicos perceberam que nossa economia é mal gerenciada no nível macro e toscamente intervencionista no nível micro. O que eles começaram a fazer? ¡Adiós Brasil!

Um pequeno exemplo, na esfera da microeconomia, é a questão dos médicos.  Tudo começou com a proibição de novos cursos de medicina em 2007. Proposta por quem? Pelo Deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), através do Projeto de Lei 65/03.  Ato contínuo, a oferta de profissionais naturalmente não acompanhou a demanda. O que fez o mesmo PT? De uma maneira autoritária, chamou ‘médicos‘ cubanos para resolver uma escassez que o próprio PT criou. A estranheza disso reside na maneira em que os médicos foram contratados (contrariando a própria legislação trabalhista, no que tange à terceirização) e na dispensa de revalidar seus diplomas.  Quem garante que são médicos? Quem se responsabiliza se os seus erros provocarem a perda de vidas?  Quem se beneficia com isso?

Ter um governo de esquerda pouco importaria se os resultados econômicos fossem bons e se as pessoas respirassem os ares da liberdade. Todos os exemplos históricos mostram exatamente o contrário.  No atual governo não é diferente, e temos apontado insistentemente para a má gestão da economia nos últimos dois anos. Os resultados estão aí: um PIB anêmico, inflação teimosamente alta, rombo crescente nas contas externas, deterioração fiscal, perda de credibilidade por conta da ‘contabilidade criativa’, carga tributária ‘espoliativa‘, serviços públicos de péssima qualidade e falta de reformas pró-competitividade. Em resumo, se o estado fosse um funcionário de empresa privada, já estaria no olho da rua por mais absoluta falta de competência.

A ficha caiu para os mercados e o recado é claro: quanto mais ‘cubanos‘ para dentro, mais o capital vai para fora.

Olhando para o curto prazo, não parece haver chance de melhorias no cenário doméstico. Primeiro porque Dilma realmente acredita em tudo que faz. Se os fatos teimam em contrariá-la, pior para os fatos. E principalmente pelo motivo de que os ajustes para colocar a economia em ordem seriam recessivos (num primeiro momento) e ano que vem é ano de ‘festa da democracia’. O nosso cenário base é que o governo deve empurrar com a barriga e  torcer para as coisas não piorarem muito e com isso conquistar mais quatro anos no poder.  Na verdade, esse cenário deverá trazer estragos fortes na parte fiscal, já que o governo vai gastar o que tem e o que não tem nas eleições. A batata quente, praticamente em brasas, vai ficar mesmo para o sucessor de Dilma. Seja lá quem for.

Olhando para os investimentos, o quadro continua desafiador.  A despeito da ampla munição usada pelo governo no câmbio (leilões de linha, swaps cambiais e uso de estatais para vender dólar à vista no mercado), a tendência da moeda americana é continuar a se valorizar contra o real.  Não só pelas virtudes da economia americana, mas especialmente pelo risco não desprezível de virarmos uma Argentina ou Venezuela, politicamente falando. A demanda é por dólares físicos, tanto que as medidas do governo (na sua maioria apenas proteção contábil com liquidação em reais) apenas trouxeram a cotação de 2,45 para 2,38.

A bolsa teve um respiro no mês, com alta de quase 4%.  Porém continuamos desanimados com as ações brasileiras até 2014. Afinal nada do que se vê é bom para o resultado das empresas.  É claro que dentro da bolsa deveremos ter uma rotação de setores, com exportadoras começando a recuperar o enorme terreno perdido para consumo interno (por exemplo) nos últimos anos. Ou seja, é um mercado acionário para profissionais, que saberão identificar os perdedores e os vencedores.

Na renda fixa o Banco Central ficou dentro do previsto e aumentou os juros para 9,00% ao ano.  Haverá mais duas reuniões do COPOM até o final do ano e a nossa estimativa é que a taxa Selic não passe de 10,00%. No fim do ano os juros reais (descontando a inflação) devem estar por volta de 4% ao ano. Ainda baixos, porém mais prudente do que na ‘aventura‘ de juros em 7,25% ao ano.  A grande pergunta é: quanto será o aumento da inflação em 2014 causado pela desvalorização cambial? Vai depender muito se a economia estará aquecida ou não. Com mais inflação (economia mais aquecida), ou menos inflação (economia patinando), o fato é que o PT não colherá em 2014 bons frutos da economia para as eleições.

Com o cenário doméstico indefinido até 2014, o melhor para fazer é preservar (ou aumentar) a liquidez, aproveitar os juros mais polpudos e esperar com calma os ventos de 2015.

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