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Confira 21 exemplos da inconsistência intelectual das Esquerdas

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“A coerência é própria do caráter dos homens.  Se eu sou incoerente é porque tenho o caráter de um deus.”  Alexandre, O Grande

Um amigo me enviou um texto do meu colega Alexandre Borges em que este fazia uma crítica, bastante pertinente, à inconsistência intelectual, ou, se preferirem, à incoerência da atriz e colunista de Veja, Fernanda Torres, que, em artigo recente, defendeu a legalização do Uber, uma ideia francamente liberal e bem distante do fetiche regulatório que povoa as mentes do pessoal de esquerda, grupo ao qual aquela escrevinhadora pertenceria.

Na verdade, esse tipo de inconsistência é bastante comum nos esquerdistas, a ponto de ser possível escrever um livro a respeito.  Esclareço que não estou me referindo aqui à hipocrisia da sinistra, tão bem retratada por Rodrigo Constantino em seu já famoso “Esquerda Caviar”.  Hipocrisia é agir de forma diferente daquilo que prega.  Quando falo de inconsistência intelectual, refiro-me apenas ao mundo das idéias, que se chocam muitas vezes de forma irremediável quando analisadas logicamente, nos levando a concluir que a filosofia dita progressista repousa muito mais em idiossincrasias e subjetividades do que propriamente no pensamento rigoroso.

Para aqueles que ainda têm alguma dúvida, seguem abaixo 21 exemplos clássicos da inconsistência intelectual presente nas ideias da imensa maioria dos esquerdistas, ressalvando que esta relação não é, de forma nenhuma, exaustiva (contribuições à lista serão bem vindas):

  1. Esquerdistas em geral acreditam piamente no chamado “consenso científico” a respeito do aquecimento global antropogênico e das mudanças climáticas, mas se recusam a levar em conta o mesmo “consenso” sobre a salubridade dos alimentos geneticamente modificados.
  2. Esquerdistas em geral são a favor da liberdade de escolha da mulher em relação ao aborto, mas querem reduzir essa mesma liberdade quanto à escolha da forma de parto e, não raro, pregam que o governo interfira no mercado para limitar o número de cesáreas, que, segundo alguns especialistas, poderiam prejudicar o bebê.  Tão preocupados com a saúde dos fetos e tão indiferentes à sua vida.
  3. Esquerdistas em geral são intransigentes defensores dos direitos da mulher e da igualdade de gênero nos países ocidentais, mas costumam fazer vista grossa ao que acontece com elas nos países islâmicos, onde muitas vezes são tratadas como escravas, privadas dos direitos individuais mais elementares.
  4. Esquerdistas em geral, acertadamente, acreditam que aumentos de preços, via impostos, incentivam a redução do consumo de cigarros, gorduras e açúcares, mas acham que aumentos no salário mínimo não terão qualquer conseqüência no consumo da mão de obra pouco qualificada.  Para eles, a lei econômica da oferta e da demanda é opcional.
  5. Esquerdistas em geral favorecem a liberação da maconha e de outras drogas, em nome da liberdade individual de escolha, mas estão engajados em verdadeiras “jihads” contra o cigarro, as guloseimas, os refrigerantes e as gorduras trans. Ou seja, a liberdade de escolha depende da substância e não do discernimento do consumidor.
  6. Esquerdistas em geral consideram que as mulheres estão sub-representadas em diversas áreas da sociedade, como no Congresso Nacional e nos altos cargos de direção empresarial, e não raro defendem a implantação de políticas afirmativas (cotas) para “solucionar” o “problema”.  Porém, não ligam a mínima que o mesmo aconteça nas prisões e nas profissões de alto risco, por exemplo, onde o número de homens é também muito maior que o de mulheres.
  7. Esquerdistas em geral são defensores intransigentes da ecologia e da vida animal, a ponto de promoverem verdadeiros linchamentos públicos sempre que alguma empresa petrolífera é responsável por vazamentos de óleo, mas fecham os olhos ao intenso massacre de pássaros promovido, por exemplo, pelas hélices geradoras de energia eólica e pelas fazendas de energia solar, não por acaso as formas de energia de seus sonhos.
  8. Esquerdistas em geral consideram que os menores de 18 anos – e maiores de 16 – estão aptos a votar, formar sociedades empresariais, ter vida sexual ativa e até mesmo dirigir automóveis, mas são ao mesmo tempo absolutamente imaturos e incapazes de assumir eventuais responsabilidades por seus delitos.
  9. Esquerdistas em geral deram apoio solidário e irrestrito à decisão da maioria no plebiscito grego sobre a dívida pública daquele país, mas se recusam a aceitar o resultado do plebiscito brasileiro sobre o desarmamento. O importante não é a democracia, mas o resultado do pleito.
  10. Esquerdistas (pelo menos alguns) concordam que a carga tributária brasileira é alta e acham que deveria baixar, mas não pensam duas vezes na hora de apoiar qualquer nova política pública que aumente os gastos do governo.
  11. Esquerdistas em geral são ferozes opositores do famigerado “consumismo desenfreado” praticado nas sociedades capitalistas, entretanto são os primeiros a propor políticas de incentivo que visem ao aumento do consumo, em períodos recessivos.  Nessas horas, alguns chegam a apontar a poupança como ação antipatriótica.
  12. Esquerdistas em geral costumam vituperar contra os altos salários dos executivos (vide o Movimento Occupy Wall Street), mas se calam diante dos altíssimos salários de seus artistas e desportistas prediletos, os quais, muitas vezes, ganham tanto ou mais do que aqueles.
  13. Esquerdistas em geral reclamam dos altos preços dos produtos e serviços cobrados pelos gananciosos empresários capitalistas, ao mesmo tempo em que defendem, sistematicamente, o protecionismo mercantil, que reduz a concorrência e, consequentemente, ajuda a manter elevados os preços.
  14. Esquerdistas em geral reclamam da corrupção, mas nunca desistem de querer aumentar o poder e o dinheiro nas mãos dos governos. Privatização? Nem pensar!
  15. Esquerdistas em geral defendem, com justíssima razão, os direitos dos homossexuais, embora venerem alguns de seus maiores algozes, como Che Guevara e Fidel Castro, dois símbolos da perseguição contra os gays.
  16. Esquerdistas em geral acham que a liberdade de expressão deve ser restringida quando, por exemplo, ela agride a imagem do Profeta Maomé, mas não estão nem aí para as agressões contra símbolos cristãos ou judeus.
  17. Esquerdistas em geral foram às ruas e levantaram bandeiras a favor do impeachment constitucional de Collor, assim como passaram anos pedindo o impeachment de FHC, mas acusam de golpistas os que hoje pedem o impeachment de Dilma.
  18. Esquerdistas em geral discursam contra os grandes conglomerados empresariais das economias capitalistas, mas não se cansam de apoiar políticas públicas de apoio às grandes empresas, não raro fomentadoras de monopólios e oligopólios, como as praticadas, por exemplo, pelo BNDES.
  19. Esquerdistas em geral são favoráveis à quebra de patentes farmacêuticas e, em muitos casos, até à sua completa extinção, mas costumam defender como intocáveis os direitos autorais de seus escritores e artistas preferidos.
  20. Esquerdistas em geral, em época de eleição, costumam elevar os eleitores à condição de sábios (especialmente quando votam majoritariamente neles), mas tratam esse mesmo eleitor como alguém totalmente incapaz de tomar as decisões mais comezinhas do dia-a-dia, devendo ser tutelado até mesmo a respeito do que comer, beber, ler ou assistir.
  21. Esquerdistas em geral almejam viver numa sociedade sem distinção de classes ou raças, mas não raro são os primeiros a dividi-la de acordo com a classe social ou a cor da pele. Quantas vezes, você, amigo liberal, já foi chamado de “coxinha”, “burguês”, “branquelo” e outras alcunhas do gênero?

 

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

8 comentários em “Confira 21 exemplos da inconsistência intelectual das Esquerdas

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    23/07/2015 em 11:07 am
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    Na discussão sobre a redução da maioridade penal, um dos argumentos mais utilizados pela esquerda é que não vai resolver, pois cadeia não corrige ninguém. Se é assim, por que a esquerda defende com unhas e dentes a criminalização do mulhericídio, da homofobia? A esquerda odeia as grandes corporações, mas é contra a terceirização, sob o argumento de que vai ocorrer a precarização da relação de trabalho, pois os trabalhadores vão passar a ser contratados por empresas pequenas. A esquerda argumenta que a solução para a criminalidade é a educação, mas para propiciar o acesso dos negros às universidades a solução, para a esquerda, não é a educação, mas as cotas raciais.

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    15/07/2015 em 5:44 pm
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    Exatamente. Com esquerdista sempre existe o “mas.. mas.. mas..” quando a incoerência bate à sua porta.

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    15/07/2015 em 3:50 pm
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    Achei o texto meio bobo. Vou listar algumas coisas que me chamaram atenção.

    Sobre os pontos:

    2. Existe uma boa diferença entre essas duas liberdades de escolha. A escolha do primeiro é fortemente relacionada à condição de vida da grávida, pois tem gente que engravida muito cedo e não quer/ não tem condições de cuidar do filho, é estuprada, entre outras coisas (é um conhecimento exclusivo da grávida). A técnica utilizada no parto, por outro lado, deve ser decidida com base no diagnóstico que o médico dá para a paciente para que haja a maior chance de sucesso na operação (ou seja, é um conhecimento exclusivo do médico). Não quero defender nenhuma posição, até porque o assunto é mais complicado que isso, mas a comparação dessas duas situações é muito ingênua.

    3. A nossa política interna cuida das nossa sociedade, que carrega nossos próprios princípios. Julgar uma sociedade que carrega princípios completamente diferentes com base no que nós julgamos ser melhor é uma ação questionável. Tem uma discussão muito mais profunda sobre isso, achar que é um assunto óbvio é, mais uma vez, ingênuo.

    5. Você pode detalhar o que quis dizer com “jihad”? Se for a propaganda avisando ao consumidor que determinadas substâncias fazem mal, não vejo problema nenhum. Afinal, o consumidor só vai conseguir discernir a substância que quer ou não ingerir após conhecê-la. Você parece sugerir no último período que a liberdade de escolha depende do discernimento do consumidor, então você é a favor da liberação da maconha?

    Esses eram os pontos que eu tinha alguma coisa pra comentar. No geral, o texto é muito dicotômico e, consequentemente, trata assuntos muito profundos com uma simplicidade que não existe.

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      15/07/2015 em 8:50 pm
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      Que cara chato!

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      15/07/2015 em 10:55 pm
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      Estratégia típica de quem não tem muito o que falar: dizer que o texto é simples para evitar a discussão. Infelizmente lido com muita gente assim na universidade. Dou um texto que sei que os alunos não vão concordar com as ideias, mas como eles não tem argumentos para rebater, dizem que é simples, que não é bem assim, aquele mimimimi de sempre. Curiosamente, eles levam muito a sério slogans como “+ 1 na escola, – 1 na cadeia”… Vai entender.

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        16/07/2015 em 4:16 am
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        Quem não teve muito o que falar foi você colega, hahaha. O único sujeito que tenta desconstruir o texto e promover um debate é acusado de ser desonesto e preguiçoso por discordar de alguns pontos, é isso mesmo? Dar a patinha e aplaudir pode, discordar e explicitar as razões pelas quais o autor trata os temas de forma enviesada e leviana é “evitar discussão”?

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      16/07/2015 em 10:16 am
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      2. A comparação não é ingênua, você que está tentando complicar para não ter que encarar a inconsistência do pensamento mostrado. A mulher pode sim decidir se fará cesárea ou parto normal, geralmente o médico tentará convencê-la a fazer cesárea pois é mais conveniente, e a maioria aceita por não ter conhecimentos médicos para refutar a argumentação do doutor. A esquerda entra em conflito porque ao mesmo tempo que diz que a mulher deve escolher se deve ou não matar seu filho no ventre, também diz que a mulher deve fazer parto normal. Ou seja, ao mesmo tempo que lhe defende a escolha, defende a falta de escolha. Você está comparando aspectos que não tem nada a ver com o contexto do artigo, então é justo dizer que a única ingenuidade aqui é a sua.

      3. A esquerda vive de dizer (e quando possível impor) o que é o “melhor” para a sociedade de acordo com suas utopias. Além de que você simplesmente justifica qualquer atrocidade cometida em qualquer país baseado em seus princípios. Se for usar esse argumento, joguemos a esquerda fora deste país, pois ela tenta botar ao avesso todos os princípios nos quais o país foi fundado. Eu tenho a ligeira impressão de que você se encaixa perfeitamente no assunto desta matéria.

      5. Você está realmente se esforçando para encontrar uma falha no artigo? Não consegue ver que a mesma esquerda que defende a liberdade de consumo de produtos nocivos à saúde (sim, maconha também é nociva), ao mesmo tempo az campanha voraz contra outros produtos de mesma índole, é inconsistente?

      Eu acho legal ver debates em artigos, para ver até onde se sustenta o mesmo, mas você aqui deu apenas uma saída na tangente pra tentar invalidar alguns pontos, deixando de tocar no cerne da questão.

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        16/07/2015 em 12:08 pm
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        2. Desculpa, mas os únicos aspectos que eu comparei estão presentes no texto. O que eu estou dizendo é que não existe incoerência, pois em ambos os casos é dado o “poder de escolha” (a grávida ainda tem a palavra final) à pessoa que tem mais conhecimento da situação; no caso do aborto, a mãe; no caso do parto, a Organização Mundial de Saúde. E nem todos os médicos escolhem cesárea apenas porque é mais cômodo, mas muitas vezes se sentem mais seguros e veem uma melhor chance na realização da operação. Deixo aqui pra você a recomendação do episódio #7 do podcast Mamilos, em que as apresentadoras levam especialistas de opniões contrárias para falar sobre o assunto.

        3. Não é só a esquerda que quer dizer o que é melhor para a sociedade! Afinal, política é isso. O ponto não é justificar as atrocidades dos outros países (sim, eu considero atrocidades, porque eu fui criado numa sociedade ocidental), o ponto é o quanto devemos interferir na sociedade deles. Política interna e política externa são dois bichos completamente diferentes.

        Sobre você ter a ‘ligeira impressão’ de que eu me encaixo no assunto dessa matéria, pare pra pensar no que eu estava fazendo lendo esse post nesse blog. Eu não me considero partidário, apenas quero ouvir a opinião de todos e dar a minha.

        5. Não acho inconsistente não. Eu, sinceramente, acho que a maconha deveria ser legalizada e, após isso, serem realizadas campanhas de concientização dos seus efeitos. Não é porque é ruim que não pode ser legalizado, e não é porque é legalizado que as pessoas não têm o direito de saber seus efeitos.

        Eu entendo que você pense que eu queira invalidar o todo pela parte, mas eu só consegui falar sobre aquilo que tinha segurança para falar. Não sei nada sobre economia, então talvez o autor esteja até certo. Só não considero provável, visto a simplicidade como encarou as questões de que falei.

Fechado para comentários.

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