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Thanksgiving: como a propriedade privada mudou a vida dos norte-americanos

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Comemora-se hoje, nos Estados Unidos, o dia de Ação de Graças, uma das festividades mais importantes no calendário daquele país. Gratidão ao Todo-Poderoso é o tema da festa desde que os primeiros peregrinos obtiveram a sua primeira boa colheita no Novo Mundo.

Hoje, em milhões de lares de todo o país, Deus será louvado pelos muitos presentes, pela comida farta em cima das mesas, pela companhia dos entes queridos, pela saúde e pela boa sorte no ano que passou. Alguns agradecerão pelo privilégio de ter nascido – ou ter-se tornado – americano. Muito poucos, entretanto, se lembrarão de agradecer pela principal dádiva, aquela que tornou o sonho americano possível e proporcionou àquele país níveis de prosperidade e bem-estar inéditos.

Uma das primeiras colônias a instalar-se na América do Norte foi a Plymouth Colony, estabelecida onde hoje é o estado de Massachussets, nos anos de 1620. Numa experiência inédita até então, um contrato coletivo estabelecia um sistema no qual as propriedades seriam todas comuns. Além disso, toda a produção deveria ser entregue para armazenamento comunitário, do qual cada indivíduo receberia uma fração igual, não importando com quanto contribuísse.

A insensatez coletivista levou rapidamente a economia da colônia à penúria. Em 1623, apenas dois anos após a chegada dos primeiros Pilgrims, a fome já era desesperadora. William Bradford, que viria a ser governador da província algumas vezes, assim descreveu aquele triste momento da história americana em seu famoso diário:

“Aquela experiência durou alguns anos … e bem evidencia a vilania deste conceito de Platão e outros patriarcas antigos, aplaudido por muitos ultimamente, segundo o qual se acabarmos com a propriedade, em prol da riqueza comum, isto fará a comunidade feliz e próspera… Para esta nossa comunidade (até onde aquilo poderia ser chamado de comunidade), o experimento causou muita confusão e descontentamento.  Os homens… lamentavam ter que gastar seu tempo e esforços trabalhando  para as mulheres e as crianças de outros homens, sem que obtivessem qualquer recompensa…”

Encurralada pelas terríveis circunstâncias, a liderança dos colonos resolveu abolir a estrutura socialista que engessava qualquer possibilidade de progresso, transferindo para cada família uma parcela das terras e permitindo o usufruto de tudo quanto seu trabalho produzisse. A eliminação da propriedade comunal em favor da propriedade privada logo mudou o panorama. Os colonos rapidamente começaram a produzir muito mais do que eles mesmos poderiam consumir.

Não tardou para que o comércio também florescesse e os excedentes da produção fossem trocados com os índios, que lhes entregavam carnes de caça e peles, estas últimas exportadas com largas margens de lucro para a nobreza europeia. “Essa decisão foi um grande sucesso, pois tornou todas as mãos diligentes e industriosas”, escreveria Bradford pouco tempo depois.

Uma das virtudes da propriedade privada é justamente estabelecer a conexão entre esforços e ganhos, custos e benefícios, criando incentivos para que as pessoas produzam conforme as suas necessidades e ambições. Porém, o direito de propriedade é também, e acima de tudo, a melhor arma contra a barbárie, a garantia de que o pão obtido com o suor do próprio rosto não será tomado de ninguém arbitrariamente.

Em outras palavras, como bem resumiu o economista Don Boudreaux, “Seremos como perus se não conseguirmos compreender a verdadeira fonte de nossa prosperidade.   Essa fonte não é a terra em si,  não é a sorte, não é Deus, inexplicavelmente, sorrindo para os europeus que ocuparam o norte do continente americano; é a consistente e generalizada confiança dos mercados na propriedade privada.”

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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