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Por que você deve ler “A revolução dos bichos”?

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Eric Arthur Blair, popularmente conhecido por seu pseudônimo George Orwell, nasceu em 1903 na Índia. Conquistou uma bolsa de estudos em um importante colégio na Inglaterra, o Eton College, onde estudou de 1917 a 1921. Orwell não chegou a graduar-se, mas, em 1922, começou a trabalhar na Polícia Imperial Indiana, deixando o seu emprego em 1927 para se dedicar à carreira de escritor. Sua primeira obra, datada do ano de 1933, foi Na pior em Paris e Londres, e seus escritos mais famosos são os romances A revolução dos bichos (1945) e 1984 (1949). Orwell ganhou destaque mundial como um dos mais influentes escritores do século XX.
A obra-prima de Orwell, A revolução dos bichos, é uma crítica aos regimes totalitaristas que cercavam a Europa no século XX. O livro narra a revolta dos animais de uma fazenda contra seus donos. A história se passa na fazenda Granja do Solar, onde o dono, Sr. Jones, tratava seus animais de forma precária, esquecendo-se de alimentá-los algumas vezes devido a suas bebedeiras, até um dia em que os animais se reuniram no galinheiro para escutar as reflexões e conselho do porco mais velho e sábio da fazendo, Major.

Foi uma noite de esclarecimentos para os animais da Granja do Solar, que passaram horas escutando Major, incluindo sete regras muito importantes que guiariam o início da revolta dos bichos contra seus donos humanos. As regras, em ordem, eram: “Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo”; “Qualquer coisa que ande sobre quatro patas, ou tenha asas, é amigo”; “Nenhum animal usará roupas”; “Nenhum animal dormirá em cama”; “Nenhum animal beberá álcool”; “Nenhum animal matará outro animal”; “Todos os animais são iguais”. Além de ditar seus mandamentos, o sábio porco ensinou a todos a canção Bichos da Inglaterra, que foi o hino da revolução. Major faleceu e, em pouco tempo, os animais se rebelaram contra Sr. Jones, travando uma batalha épica sob a liderança dos porcos Bola-de-neve e Napoleão.

Após a vitória dos bichos, os porcos acabaram assumindo a administração da fazenda, por serem os animais mais inteligentes. Bola-de-neve estava focado em criar um ambiente igualitário e compartilhar a habilidade de leitura com os demais animais, enquanto Napoleão voltava sua energia para outros planos, incluindo a criação de forma escondida dos filhotes de cães da fazenda. É nesse momento que começa o conflito de ideias entre Bola-de-Neve e Napoleão, sendo este segundo arrogante e cheio das artimanhas. Durante uma discussão entre os porcos, Napoleão ordenou que seu exército de cães atacasse Bola-de-neve, expulsando-o da fazendo.

A partir deste momento, a vida dos bichos começou a se complicar, pois o poder toma conta da mente de Napoleão, que começa a criar benefícios somente aos porcos e seus cães aliados, enquanto os demais bichos trabalham de forma árdua. Entretanto, essa ditadura não era perceptível aos animais da fazenda, pois os comparsas do porco ditador manipulavam as regras ditadas anteriormente por Major como forma de enganar os animais, usando os mais fáceis de manipular, como as ovelhas, para reforçar suas ideias e ludibriar aqueles que começavam a se questionar sobre esses postulados.

Além dos porcos, cabe o destaque na narrativa para outros personagens peculiares, como o cavalo Sansão, de coração muito bom e uma força implacável, o mais esforçado dos animais e que seguia cegamente os dizeres de Napoleão. Trabalhou incansavelmente a vida inteira até a velhice, momento no qual lhe haviam prometido uma aposentadoria tranquila e com paz para descansar nos últimos anos de sua vida, mas na realidade foi enviado para o abatedouro. Sansão pode ser compreendido como uma representação da população, que sofre abusos intensos dos ditadores e não consegue enxergar, pois está cercada por lindas promessas que nunca se concretizarão. Outro personagem marcante é o burro Benjamim, um dos poucos animais que realmente aprendeu a ler, mas era cético e não tomava posições, nem a favor de si mesmo; era talvez o único que teria capacidade de perceber as artimanhas dos porcos, mas sua imparcialidade e falta de ação permitia que os novos administradores da fazenda fizessem o que bem queriam, o que sempre intensificava o sofrimento de todos os animais. Benjamim era o melhor amigo de Sansão, mas sua falta de ação não lhe permitiu evitar o cruel destino de seu amigo.

Subvertendo ao longo dos anos os mandamentos do Major, Napoleão e seus companheiros fizeram tudo aquilo que iria contra os preceitos iniciais que motivaram a revolução dos bichos. Os porcos passaram a se comportar como humanos, andando sobre duas patas, usando roupas, ingerindo bebidas alcóolicas, dormindo em camas macias e até mesmo cometendo crime de homicídio contra outros animais. Orwell encerra sua obra com uma de suas frases mais emblemáticas: “os animais são todos iguais, mas uns são mais iguais que outros”. Esta obra, em toda sua simplicidade, traz uma mensagem profunda sobre os regimes totalitaristas e ditatoriais, explicando de forma didática, até para uma criança, quais caminhos os ditadores percorrem até assumir o poder e como se consolidam nele. Sem dúvidas, é uma leitura muito rica e um aviso muito importante sobre os riscos desses regimes.

*Hermes Vinícius Fim é Associado Trainee do Instituto Líderes do Amanhã.

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