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Querem culpar a população pelo fracasso da quarentena

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No último dia 23 de abril, o Financial Times publicou (link no final do texto) reportagem sobre a decisão do governo japonês de não adotar o modelo de quarentena que viria a ser implantado na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil.

Na matéria, Shigeru Omi, presidente do comitê de especialistas que assessora o primeiro ministro Shinzo Abe, diz que logo no começo da epidemia reconheceram a impossibilidade de se extinguir o vírus em curto prazo, necessitando, portanto, administrar a situação sem criar males maiores e… Prestem atenção: respeitando o direito constitucional de ir e vir dos cidadãos!

No último dia 3 de maio, o site português Público publicou reportagem com Johan Giesecke, epidemiologista sueco, sobre a postura semelhante do governo de seu país, principalmente em comparação ao que foi adotado por outros europeus – informações muito bem ilustradas pela reportagem do canal americano Telemundo, voltado para o público hispânico (links no final do texto).

Aos que dizem que não podemos usar o Japão e a Suécia para dizer como deveria ter sido feito no Brasil, porque eles têm culturas disciplinadas”, pergunto: por que, então, cobraram que os brasileiros incorporassem a mesma disciplina de japoneses e de suecos?

Curiosamente, as mesmas pessoas que citam as diferenças dos níveis de disciplina social entre Brasil e países desenvolvidos foram as que ignoraram as diferenças econômicas entre eles. Insistem em dizer que o combate à epidemia depende do nível de obediência à quarentena, mas não explicam porque a Itália, que impôs uma quarentena muito mais rígida que a do Brasil, viu o número de mortes explodir no período em que os “especialistas” diziam que a epidemia minguaria.

Cito os dois casos para mostrar a completa falta de nexo dos argumentos dos defensores da quarentena que, agora no Brasil, entra em nova fase de absurdos: imprensa e certos políticos começam a culpar a população pelo contínuo aumento do número de mortes pelo vírus chinês.

Fazem isso para fugir da responsabilidade pela tragédia que provocaram. Em vez de reconhecer o erro para facilitar a descoberta de uma solução, vêm reformando previsões, manipulando dados e distorcendo a realidade afim de justificar o absurdo. Impuseram a quarentena esperando que ela, por si só, extinguisse o vírus. Os governos não fizeram nada de relevante para combatê-lo. Com o apoio da imprensa, preferiram proibir a maior parte da atividade econômica em vez de lançar uma ampla campanha de conscientização sobre os males da doença e formas de prevenção. Criminalizaram até o cidadão que caminha na praia, na praça ou num parque. Trataram todos nós como imbecis, animais incapazes de discernir sobre a situação.

O fato é que as ruas das cidades mais afetadas pelo covid-19 no Estado de São Paulo estão vazias. Quase tudo continua fechado. Além dos trabalhadores dos setores permitidos, vê-se apenas um ou outro cidadão indo comprar alguma coisa no supermercado ou dando uma volta para arejar a alma. Não se vêem aglomerações de qualquer tipo. No máximo, uma fila na porta da Caixa, que se alonga pela calçada apenas por causa do distanciamento entre as pessoas. Pouquíssimas pessoas são vistas sem máscara.

O óbvio: os quarentenistas não sabem como desfazer a grande besteira que fizeram. A irresponsabilidade foi tão grande que impuseram a quarentena sem qualquer plano de restauração da normalidade social e econômica. Seu prolongamento ainda alimenta uma gigantesca demanda reprimida por liberdade.

Engordar é a primeira coisa que acontece a um cubano quando chega nos Estados Unidos, porque ele passou fome até aquele momento. Por aqui, veremos fenômeno parecido, com a população querendo fazer de uma só vez tudo de que foi privada durante a quarentena. Quando isso acontecer, o vírus ainda continuará matando, mas os quarentenistas dirão “por isso a liberdade precisa ser controlada”, expondo que o pior de todos os vírus continua sendo a mentalidade socialista.

https://www.ft.com/content/9bac4ad5-22e3-4bcd-b07b-8a248fe44465?fbclid=IwAR2wlhVqMfmo5tsLBMzlz_e0AcqMT9EiQHcxRuH5Lkm0F4ZgdHsb62hRyNg

https://www.publico.pt/2020/05/03/ciencia/noticia/johan-giesecke-epidemiologista-sueco-numero-mortes-covid19-sera-quase-paises-europeus-1914373/amp?__twitter_impression=true

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João Cesar de Melo

João Cesar de Melo

É militante liberal/conservador com consciência libertária.

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