Quem foi John Adams e por que sua trajetória deve ser lembrada?

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A propriedade monopolizada ou na posse de apenas algumas pessoas é uma maldição para a humanidade

Após a vitória de Donald Trump na recente eleição presidencial norte americana, surgiram inúmeros questionamentos sobre o futuro da maior potência do planeta. Para entender melhor como foram criadas as condições para a ascensão do 45º presidente dos Estados Unidos é importante voltar no tempo e conhecer um pouco da trajetória de John Adams.

John Adams foi um dos pais fundadores e figura importante na independência dos Estados Unidos. O advogado e segundo presidente do país foi também criticado por muitos.

A história política de Adams começa no episódio conhecido como o Massacre de Boston, onde soldados ingleses atiraram e mataram cidadãos da colônia americana. Contrariando os apelos populares pela execução sumária dos soldados, ele foi a favor de um julgamento justo para os acusados. Foi o próprio advogado da causa, conquistando a antipatia de amigos, mas seguindo seu próprio ideal de que jamais existiria justiça sem um devido processo legal. A consequência foi um julgamento onde Adams venceu, mas não levou. Apesar de apresentar provas suficientes para mostrar que os soldados agiram em legítima defesa e a corte americana decretar a inocência de seus “não tão queridos clientes”, a coroa britânica se recusou a aceitar a decisão e ordenou a volta dos soldados para um julgamento na metrópole.

Adams, até então um defensor da situação colonial americana, foi indicado pelo seu desempenho como representante do estado de Massachusetts na câmara das 13 colônias. Na ocasião ele conheceu George Washington, Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, entre outros fundadores da nação americana. Nesse período, Adams foi um dos que articulou a negociação com a Inglaterra pela independência, a escrita da Constituição Americana e a primeira eleição, que teve como vencedor Washington e foi o segundo colocado na votação, ocupando então o cargo de vice-presidente.

Importante citar que a mudança do seu posicionamento de defensor da situação colonial para a independência só ocorreu depois que muitas injustiças foram cometidas pela coroa tirando a liberdade de todos os estados. Essa mudança também só foi aceita por Adams quando todos os 13 estados foram unânimes. Adams não via com bons olhos a decisão da maioria sobre os outros estados e mesmo quando já havia conquistado os 7 votos necessários para aprovar a independência, lutou para que os outros 6 votassem pela declaração. Inclusive, o documento foi inicialmente escrito por Thomas Jefferson a pedido de Adams, o que os aproximou muito em amizade.

As ideias do jovem Jefferson não eram alinhadas com as dele, que repudiava a revolução armada para conquista da liberdade. Digno de nota é o fato que Jefferson foi um profundo apreciador das ideias da Revolução Francesa, mas não se sabe até aonde vai sua participação na mais sanguinária insurgência americana. Os dois preferiram se afastar depois das discussões políticas envolvendo a eleição de Jefferson, que sucedeu o próprio Adams. Apesar disso, voltaram a trocar cartas quase ao final da vida e morreram no mesmo dia, exatos 50 anos após a promulgação da declaração de independência.

A relação de Adams com o General Washington, no entanto, foi muito mais profissional que pessoal e se desgastou rapidamente quando George foi eleito, já que o militar deixou Adams de fora de muitas discussões relevantes como, por exemplo à possibilidade de criação da emissão de dívida para financiamento centralizado pela união ou diluída pelos estados, bem como a criação de um exército. Na minha opinião, é nesse período que Adams deixa de lado suas convicções de liberdade individual em nome do centralismo que diminuiria o conceito de Federalismo da união dos estados.

Já a sua relação com Benjamin Franklin passou de profunda admiração para grande repulsa. Logo após a declaração de independência, Adams foi enviado para negociar com a França o apoio ao reconhecimento dos Estados Unidos como nação soberana e ajuda militar caso fosse necessário. Nesse período, Adams reconhece Franklin como um bon vivant em terras francesas, desfrutando de jantares, festas e namoros, deixando as questões de diplomacia de lado. Não se sabe exatamente se Adams exagerou em suas reclamações, mas sabemos que Franklin foi um homem de imensa relevância em todo o processo.

Como não seria possível apresentar aqui toda a biografia do primeiro residente da casa branca fica aqui uma sugestão para sua pesquisa. Também é recomendável assistir ao seriado John Adams que foi produzido pela HBO e retrata os acontecimentos que foram citados durante o artigo. Nele, vocês poderão conhecer mais sobre um homem que lutou pela liberdade de seu povo.

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Heitor Machado

Heitor Machado

Heitor Machado é Gerente de Projetos tendo trabalhado em multinacionais de engenharia de construção e software de gerenciamento.

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