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Ambientalistas ou anticapitalistas?

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Se você contar isso a um estrangeiro, a primeira reação dele será dizer que você está brincando, mas como estamos em Pindorama, é um fato: O jornalista Lauro Jardim noticia que, dos 41 poços exploratórios arrematados no leilão de 2013 da ANP, nenhum conseguiu até agora licença ambiental. Isso representa paralisação de investimentos da ordem de US$ 5 bilhões. Quantos empregos isso significa? Não importa. Os responsáveis pelo embargo não estão nem aí para esses detalhes menores.

Ao contrário, devem estar muito orgulhosos, afinal, haverá nova rodada de licitações em breve e provavelmente o número de interessados deve ser ainda menor que o da última. Ponto para eles, que aos poucos estão conseguindo transformar o país num ambiente absolutamente inóspito ao investimento, principalmente ao investimento estrangeiro, embora o ambiente natural em nada tenha melhorado, como se nota pela situação da maioria dos nossos mares, rios e lagos.

Como já tive oportunidade de escrever anteriormente, malgrado a mídia nem sempre dê o devido destaque, qualquer desavisado que pretenda  erguer um prédio de apartamentos,  explorar uma mina de qualquer coisa, construir uma pequena usina hidrelétrica ou uma nova fábrica precisa estar disposto a encarar uma intrincada legislação ambiental e as onipotentes agências reguladoras, com autoridade suficiente par embargar quaisquer novos projetos.

O incauto empreendedor deve percorrer um labirinto infindável de licenças e  processos, além da má indefectível vontade de burocratas e a oposição de grupos ativistas raivosos e barulhentos, não raro mais preocupados com ovos de tartaruga e minúsculas rãs do que com os potenciais empregos da patuleia. Cada pequeno avanço nesse labirinto envolve custos absurdos de tempo e dinheiro, sem qualquer garantia de o projeto seguirá adiante.

Dado este estado de coisas, é um verdadeiro milagre que investimentos  produtivos ainda aconteçam em Pindorama. Pergunte a qualquer empresário sobre os percalços enfrentados para tocar um novo empreendimento e você vai se surpreender com o que vai ouvir.

O mais notável e paradoxal, entretanto, é que a maioria dos brasileiros, que supostamente desejam o desenvolvimento econômico do país, aceita e até mesmo aplaude este estado de coisas.  Apesar de tudo, a seita ambientalista nunca foi tão  popular.

Um movimento que nasceu da justíssima indignação de alguns com a  poluição do ar, dos rios e dos mares, além da preocupação com os riscos para a saúde humana provenientes da atividade industrial, com o tempo foi sendo encampado e transformado por ideólogos socialistas, preocupados não com a poluição ambiental ou com a nossa saúde, mas com o desmantelamento do capitalismo.

Hoje em dia, as bandeiras “verdes” têm menos a ver com poluição do que com a ojeriza aos combustíveis fósseis ou qualquer forma de energia que não seja eólica ou solar, ainda que estas, em conjunto, ao todo não signifiquem nem 2% da necessidade de energia do país.

Até mesmo os aparelhos de ar condicionado, geladeiras e outros eletrodomésticos estão na lista negra dessa gente.  Alguns mais radicais, sem maiores considerações pelo conforto humano, consideram antiecológica a utilização de qualquer equipamento industrial minimamente prejudicial ao famigerado aquecimento global.

Dizem as más línguas que o Brasil não é para amadores. Começo a desconfiar que o Brasil não é para gente séria…

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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