Quando o Partido Comunista Chinês citou Reagan
O cúmulo da ironia é o Partido Comunista Chinês publicar vídeo de Ronald Reagan execrando tarifas.
Os Estados Unidos precisam de um Deng Xiaoping para libertar os americanos dos populistas, demagogos e burocratas que transformaram a terra da oportunidade em uma sociedade corporativista, tribal, protecionista.
Deng Xiaoping conduziu a China de um país desolado pelo comunismo com renda per capita de USD 156.00, em 1978, para uma nação com renda per capita de USD 12615.00, em 2023.
Ronald Reagan viu e colaborou com a ascensão chinesa. Reagan também viu e reverteu a decadência da América. Reagan provocou e viu o colapso da União Soviética. Trump só vê Trump, como todo narcisista patológico cultua a si próprio. Diz ser o melhor da história e desdenha de todo o resto.
Ele me lembra aquele lunático com nove dedos que diz ser o homem mais honesto do Brasil. Cada um pode ter seu surto megalomaníaco. O que é difícil de engolir é a quantidade de fanáticos que os apoiam e justificam.
Só o fato de o mercado acionário oscilar cerca de 3 trilhões de dólares em menos de uma hora devido às declarações de um governante já é motivo suficiente para se saber que existe algo de podre no sistema político americano.
Somente em sociedades centralmente planejadas, sujeitas à forte interferência estatal, tal tipo de fenômeno é possível. O horizonte para os navegantes que se aventuram a singrar os bravios mares do mercado se torna incerto porque as leis e os princípios que regem o universo econômico são obliterados pela vontade arbitrária, imprevisível, caprichosa, imoral de quem detém o poder coercitivo para obrigar a sociedade a fazer o que ela não faria se livre fosse.
Um bom líder lidera pelo exemplo. Quer zerar as tarifas globais? Zere as suas primeiro. Tarifas oneram o próprio povo. Quer desonerar o povo? Zere as tarifas. Trump não quer isso. Trump quer dizer de quem os americanos devem comprar os produtos que desejam.