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Qual será o resultado da CPI da COVID?

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Um amigo pergunta o que estou achando da CPI. Quase não a tenho acompanhado, pelo simples motivo de que, presumo, ela vá dar em nada, como a imensa maioria das CPIs no passado. Não perco meu tempo com elas, portanto, até porque não gosto de colocar azeitona na empada de políticos e outros espécimes. Neste aspecto, aliás, Renan Calheiros é o melhor relator com que se poderia sonhar.

Em termos práticos, o que temos até agora, além do festival de prepotência e baixaria, é uma acusação de negligência contra o governo federal por não ter aceitado uma oferta da Pfizer, em agosto do ano passado. Será mesmo? Acho a acusação tão fraca que qualquer advogado de porta de cadeia seria capaz de derrubar em dois minutos. Se não, vejamos:

No mundo todo, apenas 3 países assumiram o risco de colocar uma quantidade considerável de dinheiro num projeto de vacina experimental (mRNA), desenvolvida em tempo recorde e nunca testada, com destaque para a ‘Operação Warp Speed’, na América e a ‘Vaccine Taskforce’ na Grã-Bretanha, além de Israel, que garantiram os pagamentos e impulsionaram a expansão das cadeias de abastecimento, não só da Pfizer, mas também da Moderna. Aplaudo de pé o empreendedorismo desses governos.

Mas a propensão a correr riscos é característica do mundo privado, não dos estados. O que a maioria dos políticos e da mídia tem feito, portanto, é análogo a analisar um jogo de futebol depois do resultado conhecido, ou seja: após constatado que as vacinas experimentais de mRNA são um fulgurante caso de sucesso.

Mas imagine-se que o projeto da vacina de mRNA tivesse sido um grande fracasso – que é o caso da maioria das drogas desenvolvidas pela indústria farmacêutica, cuja taxa de acerto em P&D está abaixo de 10%. Neste caso, a decisão cautelosa, inerte e negligente hoje criticada estaria sendo usada pelo governo como sinônimo de prudência e cuidado com o dinheiro público. Destaque-se ainda que a vacina só foi aprovada pelo FDA em dezembro.

Também não nos esqueçamos de que a fabricante Pfizer, na época, como mencionou o executivo perante à CPI, fez propostas semelhantes a dezenas centenas de outros países, além de Pindorama, e a recusa ou postergação do negócio, até que os resultados dos testes clínicos estivessem disponíveis, foi a decisão da maioria, inclusive de países muito mais ricos…

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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