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Protecionismo versus livre comércio

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Como já abordei por aqui algumas outras vezes, a agressão de Putin à Ucrânia está fazendo a inflação russa disparar. Devido aos embargos, a cadeia de suprimentos do país foi fortemente afetada — o que deve causar ainda mais escassez. Vale lembrar que a Rússia é uma exportadora de commodities e importadora de tecnologia e, por isso, sua indústria depende fortemente do Ocidente. Uralvagonzavod, a maior fabricante de tanques do país, já parou sua produção por falta de peças. O mesmo ocorreu com a icônica Lada. A indústria aeronáutica e de transporte aéreo também deve parar em breve.

Esse desastre em que a Rússia se encontra é uma boa ilustração de uma das ideias mais estúpidas da humanidade: o protecionismo.

Algumas pessoas (especialmente aquelas com um profundo desconhecimento de Economia) acham que um país estaria melhor se produzisse tudo o de que precisasse, mas não há como cobrir todas as necessidades de uma população com base no limite de uma fronteira politicamente definida. Isso não faz sentido. Se algum candidato a governador este ano prometer fazer seu ente federativo totalmente auto suficiente, é provável que os eleitores irão rir da cara dele.

Eu acho patético ver políticos brasileiros no século XXI falando em protecionismo. Antes das eleições de 2018, eu achava risível ver o presidente preocupado com as importações de bananas do Equador (depois eu comecei a ficar preocupado). É engraçado ver como os políticos mais mercantilistas querem ao mesmo tempo aumentar as exportações e barrar as importações. O que você pretende fazer exatamente com o dinheiro que você ganhou? Ora, comprar qualquer coisa de que você possa vir a precisar do exterior!

Como o protecionismo é vendido à população? Vendendo a falsa ideia de um jogo de soma zero na economia. Se alguém está vendendo petróleo para nós, eles ganham e nós perdemos. Se alguém está vendendo painéis solares para nós, eles ganham e nós perdemos. Assim, nós ganharíamos se vendêssemos tudo para nós mesmos, certo? Errado. A economia não é um jogo de soma zero e qualquer político que pensa dessa forma não deveria estar fazendo políticas públicas.

É justamente por meio da cooperação com outras nações e do melhor aproveitamento do comércio que podemos crescer mais rápido e ter acesso a mais bens e serviços a preços melhores. Produtividade, tecnologia, comércio e colaboração são fatores essenciais para a prosperidade, enquanto o protecionismo é o motor da estagnação e da pobreza.

A Rússia pode ter sido atingida em cheio pelo seu protecionismo forçado, porque é mais fácil para o resto do mundo encontrar substitutos para seus produtos do que é para a Rússia encontrar outros fornecedores de tecnologia. 50% das importações russas vêm da União Europeia, e 5% dos EUA. Porém, qualquer país do mundo seria atingido com força caso resolvesse se fechar — inclusive os EUA e China. Quem vai comprar seu excesso de produção se fechar suas fronteiras?

Livre comércio é como uma vara de condão que transforma aquilo que você faz melhor naquilo que você quer ou precisa.

*Artigo publicado originalmente por Conrado Abreu na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

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