O futebol feminino e a falácia da identidade de gênero
O discurso feminista adora disseminar que as mulheres ganham menos que os homens. Essa ideia, sempre questiona a respeito da popularidade do futebol feminino e as diferenças salariais em relação aos jogadores de futebol masculino. Para sustentar a narrativa, utilizam comparações de ídolos de cada uma das modalidades, como: Marta e Neymar. Mas, afinal, por que Marta ganha menos que Neymar?
A priori, precisamos apontar os dados. Os ganhos salariais de Marta somam cerca de 340 mil euros, aproximadamente 2 milhões de reais por ano. Esta remuneração é maior do que a de muitos jogares de times masculinos do Brasil. Não obstante, ao analisarmos as audiências onde estão localizados os grandes clubes da UEFA, percebemos que em média a audiência do futebol masculino é de 65%, enquanto o feminino é de 35%. Com base nos dados, conseguimos analisar o porquê da existência de salários diferentes. Afinal, um empresário sempre irá preferir investir o seu marketing, contratando jogadores influentes e que reúnem um grande público para realizar as suas campanhas publicitárias.
No que tange à audiência em Copa do Mundo, o público de 2018 masculino foi de 3,5 bilhões e da Copa Feminina em 2021 de 1 bilhão. Isso acontece porque a preferência do consumidor que gosta desse esporte é por jogos masculinos. Em outros esportes, os maiores salários do mundo são pagos às mulheres, como o caso do tênis. Ou seja, a preferência mundial em cada modalidade de esporte, levar à distinção salarial de gênero, não é algo exclusivo e proposital para inferiorizar as mulheres.
As regras do mercado é que garantem os lucros.Um clube que possui baixa audiência, poucas vendas de ingresso e inexpressível visibilidade, automaticamente afasta patrocinadores de grandes multinacionais. Quem dita as regras do mercado desde o surgimento do capitalismo, é o consumidor. Se um clube possui profissionais influentes e que atraem público, obviamente irão associar a sua marca a ele, mas, caso contrário, preferirá investir no que lhe trará mais retorno. É necessário um debate mais aprofundado sobre as diferenças salariais do futebol masculino e feminino, e não frases rasas que ignoram as regras do mercado.
Mateus Oliveira – Associado II do Instituto Líderes do Amanhã.