Jamais esqueceremos o Holocausto, o Holodomor, o genocídio na China Maoísta e no Cambodja de Pol Pot
Eu não me constranjo de trazer à tona no debate público o Holocausto. Há quem pensa o contrário, que é sagrado e não deve ser tocado.
Judeus são indivíduos como quaisquer outros, detentores de direitos que foram violados por loucos com base em uma ideologia insana. O que foi feito com eles deve servir de exemplo para que não se permita que o mal seja mais uma vez adotado como política pública, já que o antissemitismo continua existindo, como no caso do racismo.
Eu uso muito o exemplo da Alemanha Nazista, como também da União Soviética, não para diminuir o sofrimento dos que pereceram sob o terror estatal. O exemplo serve para dizer que, se não vigiarmos e controlarmos os governos, tudo aquilo que nos deixa horrorizados, infelizes, consternados, pode voltar a acontecer.
Cada fato na história tem contexto que vai da filosofia reinante à incapacidade política de controlar os governantes. Trazer recorrentemente exemplos como esses, por mais que tenham intensidades distintas aos fatos que queremos evitar presentemente, é trazer o passado para guiar o futuro.
É um desrespeito que os milhões de mortos sejam colocados para baixo do tapete junto com seus algozes.
Em 1933, ninguém pensava que morreriam assassinados 6 milhões de judeus pelas mãos de alemães comuns, gente como você, que pode, por acaso, ser judeu como eu.
Mostrar como aquela saga coletivista estatista produziu cenas macabras, às vezes, é a única forma de acabar com o torpor das mentes conformadas, como a de muitos que foram e são vítimas do Estado totalitário, assim como os que nele trabalham ou o apoiam, seguindo ordens ou exaltando-as.
A vida dos judeus e demais vítimas do nazismo e do socialismo eram sagradas, como são as vidas de qualquer indivíduo. Seus assassinatos se tornaram parte da história, pertencem à memória da humanidade e são por isso seu patrimônio, um legado deixado pelas bestas que participaram dos genocídios como protagonistas, coadjuvantes ou figurantes.
O Holocausto, o Holodomor, o que aconteceu na China Maoísta ou no Cambodja de Pol Pot, devem ser usados sempre que algum déspota, em nome do bem, ensaia repetir o que não deveríamos esquecer nem omitir.
A lembrança dessas tragédias não serve apenas para reverenciar as vítimas, muitas das quais eram parentes queridos; serve também para lembrar quem somos, e devemos estar permanentemente alertas contra os herdeiros intelectuais daqueles que desprezam a vida dos outros.