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Incêndio em igrejas: a esquerda radical e a violência em protestos

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Na semana passada, manifestantes de esquerda chilenos atearam fogo na Igreja da Assunção, em Santiago. Antes do incêndio, os esquerdistas saquearam o local, roubando principalmente obras de arte. Bancos e outros objetos do local foram usados para fazer barricadas.

Este episódio me lembrou os motins que ocorreram no lado oeste da cidade de Chicago em 1968. Durante as décadas de 50 e 60, a parte ocidental da cidade era a que mais crescia e onde havia mais oportunidades de emprego. Grandes empresas se instalavam na região, merecendo destaque a Sears e a General Eletric. 94% da população era negra, formada principalmente de migrantes vindos do sul dos EUA. Tudo estava indo bem com a região até o dia 05/04/1968.

Um dia após o reverendo Martin Luther King ter sido assassinado em Memphis, no Tennessee (Sul dos EUA), iniciaram-se os tumultos na região. Para o azar das autoridades, tudo começou numa sexta-feira e um grande contingente das forças de segurança estava de folga. Manifestantes quebraram e incendiaram grande parte da região. No auge da crise, mais de 2000 bombeiros lutavam para combater cerca de 100 focos de incêndio. Um deles chegou a comparar o episódio com estar em uma cidade sitiada por um exército estrangeiro.

A região nunca mais se recuperou economicamente. Três quartos das empresas ou foram destruídas ou abandonaram o lado oeste de Chicago. Hoje, 5% da cidade tem áreas desocupadas, mas na parte onde os protestos ocorreram o número sobe para 14%. Tamanho foi o desastre que a renda per capita da região caiu de 37 mil dólares em 1968 para 24 mil dólares em 2016 (já ajustados pela inflação).

E o que isso tem a ver com o Chile? Conforme já escrevemos no passado, o país é provavelmente o maior caso de sucesso da América Latina (primeiro link das fontes) e, sem um governo capaz de garantir a lei e a ordem, não há progresso econômico (segundo link das fontes).

No ano passado o país foi varrido por protestos após um aumento da tarifa do metrô de Santiago, que deixaram aproximadamente 20 pessoas mortas. Não estou dizendo que o que ocorreu até aqui afetará o futuro econômico do país; porém, se as coisas escalarem e/ou saírem de controle, sem dúvida afetará. Vale lembrar que as manifestações de 2019 atingiram em cheio o turismo chileno – o aeroporto de Santiago chegou a ser fechado e a final da Libertadores da América mudou sua sede para Lima.

Há muitas evidências empíricas de que protestos pacíficos são mais bem-sucedidos que protestos violentos (terceiro link das fontes). Talvez o maior expoente disto seja justamente os protestos de Martin Luther King, que conseguiu levar os direitos civis à população negra do sul dos EUA. O principal motivo para tal, de acordo com a pesquisadora Erica Chenoweth, é que protestos pacíficos tendem a atrair mais gente e são mais diversos.

Assim, sugiro à esquerda radical seguir as evidências empíricas e parar de usar violência em seus protestos. É ruim para sua causa e para o seu país. Colocar fogo na sua própria cidade não vai acabar com o capitalismo e nem com o racismo.

*Texto publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

Fontes:

https://www.facebook.com/brazucasliberais/posts/143866460340243

https://www.facebook.com/brazucasliberais/posts/403965557663664

https://www.latercera.com/nacional/noticia/saquean-parroquia-santiago-vandalos-usan-confesionarios-barricadas/894047/

https://www.chicagomag.com/city-life/April-2018/The-1968-Chicago-Riots-Why-the-West-Side/

http://graphics.chicagotribune.com/riots-chicago-1968-mlk/index.html

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/20/entenda-a-onda-de-protestos-no-chile.ghtml

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