fbpx

Então você votará nulo?

Print Friendly, PDF & Email

Apesar de serem minoritários, ainda existem muitos que irão anular seus votos nesse segundo turno. É, contudo, compreensível alguém não querer dar um voto para o PT (Lula) ou para Jair Bolsonaro?

Para responder tal pergunta, será preciso fazer uma comparação entre as duas opções que nos restam. Comecemos pelo PT:

O Partido dos trabalhadores é, comprovadamente, mantenedor e criador do maior esquema de corrupção do país. As maiores estatais brasileiras foram cooptadas, o legislativo, por certos períodos, foi comprado e, claro, o PT conseguiu aparelhar a máquina pública do Estado: os cursos de humanas não são lotados de simpatizantes petistas à toa – não importa o quanto se comprove a podridão do partido, não importa quantos vídeos e áudios saiam mostrando que o PT apoia tiranias, para simpatizantes desse partido, isso sempre será um golpe. Dou um exemplo: se Sérgio Moro feriu o PT e seu dono, Lula, só pode ser porque ele ganha algo politicamente com isso, não importando, claro, o fato dele e da Operação Lava Jato estarem ceifando igualmente outros partidos, como o PSDB e o MDB. Em faculdades de humanas, as botas dos bandidos e autoritários de esquerda são lustradas por lambidas de seus amantes.

No caso de Jair Bolsonaro, de fato, há de se notar as frases infelizes e problemáticas do deputado: dizeres virulentos, preconceituosos e atitudes, de décadas atrás, totalmente incompatíveis com qualquer político, como querer fuzilar Fernando Henrique Cardoso e apoiar a tortura e o golpe militar, para solucionar os problemas do país.

Mas vale lembrar: esse é o Jair Bolsonaro de décadas atrás. No mesmo período, o PT e outros partidos de esquerda choravam o fim da URSS e montavam o Foro de São Paulo, este que, nos anos 90, definiria uma boa parte da futura política da América Latina. Igualmente, também é válido relembrar a participação de narcotraficantes no mesmo Foro de São Paulo, além das vezes em que Lula apoiou que as FARC se tornassem um partido político, na Colômbia – claro, não podemos esquecer o caso do Fórum Social Mundial, ocorrido em Porto Alegre, em 2001, onde, com o mesmo PT  no governo do Rio Grande do Sul, membros das FARC foram chamados pelo governador Olívio Dutra como convidados (!).

Também não se pode deslembrar que o mesmo Jair Bolsonaro que apoiava a tortura era o mesmo, na época, que elogiava Lula e Chávez. Mas os tempos mudaram, não? Então toquemos na mudança:

Para apoiadores e críticos à esquerda do Partido dos Trabalhadores e de seu eterno dono, ou eles evoluíram, deixando de lado políticas comunistas que defendiam desde a fundação do partido, ou eles abandonaram a causa do comunismo, após a eleição de Lula. De qualquer modo, alguma mudança foi sentida. É interessante averiguar que, entre os críticos esquerdistas de Jair Bolsonaro, a mera menção de possibilidade de mudança entre as décadas que se passaram é vista como um atestado de fideísmo político e veneração à figura do deputado. Para esses, mudança existe, sim, mas é só para um lado, o deles.

Agora, coloquemos as coisas em suas devidas proporções: durante os governos petistas, o governo financiou ditaduras em dois continentes diferentes; Lula enxergou no plano chavista um excesso de democracia e jamais deixou de apoiar Maduro, a despeito dos assassinatos, da fome, da violência contra a população; também é bom lembrar do PNHD-3 e da tentativa falha desse decreto de censurar a mídia, fora todas as declarações do próprio Lula a respeito do seu amado “controle social” da imprensa.

Junte a isso a presidente que nos afogou em uma crise financeira, omitiu informações fiscais e que era incapaz de formular uma frase complexa; some a isso todo o esquema de corrupção que era feito para sustentar um projeto de tomada de poder que o PT queria fazer, controlando, aos poucos, os veículos de comunicação e aparelhando as instituições públicas… a lista daria um texto inteiro, mas para resumir, vocês podem buscar mais fontes nos inquéritos da polícia ou do Ministério Público, assim como os apresentados pelos tribunais que condenaram certos ladrões vermelhos.

Todo o traçado do PT ia para uma direção: o autoritarismo. Eles não mudaram, apenas melhoraram suas estratégias para conseguir o poder. Em vez de rasgar a república, decidiram se apoderar dela e, com as décadas, destruí-la de dentro para fora.

Agora, mais uma vez, comparemos isso a Jair Bolsonaro: um sujeito que, em sua truculência verbal, defendia o indefensável, aplaudia a violência e elogiava sujeitos que, no mínimo, mereciam ficar fora da vida política para sempre, por conta das suas crenças ideológicas e ações. Ele mudou de ideia? Ele se porta de maneiras diferentes? Continua apoiando quem apoia? Sabemos que mudou. Isso é nítido.

Qualquer um que veja tanto em Jair Bolsonaro como no PT alguma igualdade, é porque perdeu o senso das proporções. Ter medo da organização que quase afundou o país e ter o mesmo medo de um mero deputado que, em seu pior defeito atual, tem nostalgia do regime militar brasileiro e se recusa a chamá-lo de ditadura, é o mesmo que ser indiferente a um assassinato e se escandalizar ao ver alguém sendo empurrado.

Então, fica a pergunta: por que anulará seu voto? É cabível a dúvida a respeito do governo de Jair Bolsonaro. No fim, qualquer governo que ele tenha será um governo problemático, de alguém que, pela primeira vez, está no poder executivo e terá que lidar com situações e pressões com que nunca lidou antes; no entanto, equiparar isso ao medo do PT no poder é um absurdo sem tamanho.

De um lado, um homem com frases infelizes e toques de preconceito (diga-se, toques que existem em todos, ou alguém se considera o próximo Cristo?); de outro, corruptos, amantes de ladrões, amigos de ditadores, admiradores de genocidas, viciados em controle e poder.

Ainda anulará seu voto?

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Hiago Rebello

Hiago Rebello

Graduado e Mestrando em História pela Universidade Federal Fluminense.

Pular para o conteúdo