Em que momento a sociedade decidiu que a realidade é opcional?
De um lado, a chamada ideologia de gênero afirma que o sexo biológico é irrelevante: basta a autodeclaração, e um homem vira mulher, com direito a competir em esportes femininos, usar presídios femininos e ocupar cotas. A biologia virou “construção social”.
De outro, o fenômeno dos “bebês reborn” vai além do artesanato: adultos tratam bonecas hiper-realistas como filhos de verdade. Não estamos falando de um colecionismo inofensivo, mas de rituais, registros simbólicos, “mamadas” e cuidados simulados em tempo integral, até mesmo buscando-se ajuda médica no sistema público de saúde do Brasil para simulacros de bebês inanimados.
O ponto comum é a substituição da realidade objetiva por narrativas subjetivas, emocionalmente satisfatórias.
Vivemos a era da tirania do subjetivo. Não importa mais o que é, mas o que a pessoa diz que sente ser. A ciência? O bom senso? Coisas do passado. Agora, qualquer tentativa de reintroduzir o real é tratada como violência simbólica.
Estamos assistindo, entre perplexos e irônicos, ao triunfo da psique sobre a matéria, como se fosse saudável moldar o mundo externo aos delírios internos, e não o contrário.
O custo? Linguagem distorcida, política pública descolada da realidade, jurisprudência esquizofrênica e uma cultura que reforça estados emocionais instáveis em vez de tratá-los.
Não se trata de negar empatia. Entendo que cada um deve viver à sua maneira como bem quiser. Trata-se apenas de lembrar que o respeito não exige mentira e que a verdade não é violência.