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As drogas e o conceito de liberdade

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A incapacidade de alguém julgar apropriadamente por falta de consciência, seja por temporária ou definitiva redução da faculdade cognitiva de sua mente, nada tem a ver com o conceito de liberdade. Esse argumento é o mesmo usado por aqueles que enxergam os pobres como vítimas da sociedade e dizem que seres incapazes de obter os bens que desejam devem ser ajudados pelo governo, mesmo que este tenha que usar a força para distribui-los aos necessitados.

O desejo de se libertar das carências e das necessidades que alguém possui, não pode servir de justificativa para a ação coercitiva de ninguém, nem mesmo do governo. Aqueles que argumentam que as drogas impedem que os viciados possam decidir com liberdade, incorrem nessa mesma falácia: a de que liberdade seria estar livre das limitações que alguém possui para escolher e alcançar o que é melhor para ela. Ora, isso é retórica sofista para vencer debates.

Perverter a linguagem para encobrir a verdade, tem o mesmo efeito de evasão da realidade causado pelo consumo de ópio. Liberdade no contexto social só tem um significado, ausência de coerção. Coerção é uso da força. Quando alguém se droga ao ponto de perder a capacidade de tomar decisões, isso não significa que a pessoa não esteja livre para decidir como puder, significa apenas que a ela não possui as condições para escolher e obter o que é melhor para ela. Seria falta de liberdade se alguém, usando de força, impusesse a essa pessoa a sua própria decisão, seja impedindo ela de agir como ela gostaria, ou obrigando ela a agir contra à sua vontade.

Há um artigo que anda circulando por aí, através do qual o autor pretende dizer que quem usa drogas perde a liberdade. Isso é perverter o sentido da palavra para, exatamente, atacar a liberdade da sociedade no que se refere à produção e consumo de drogas. Ataca a liberdade de quem quer usar drogas até morrer e ataca a liberdade de quem não quer se envolver com elas sob nenhum aspecto, seja optando por não financiar o governo para combater quem produz, comercia e consome drogas, ou seja para financiar quem precisa de tratamento para remediar esse mal.

Não há dúvida de que drogas são imorais. Elas afetam a consciência humana, diminuindo a percepção da realidade ou causando sérios males à saúde. Mas há várias coisas que fazemos que têm as mesmas características. É virtuoso tentar ajudar, através da persuasão, aqueles que não estão conscientes dos problemas em que estão metidos e que incorrem em ações imorais. No entanto, não tem cabimento que condutas morais sejam impostas através da coerção, da supressão de liberdade, do confisco de propriedade ou até mesmo através de ameaças à vida desses indivíduos.

Eu sou totalmente contra drogas que inibem a consciência, que viciam. Acho que quem as usa para se evadir ou as ingere colocando a própria saúde em risco, podendo causar até a própria morte, deve ser assistido por quem se dispõe a fazê-lo, voluntariamente.

Para concluir, liberdade de escolha existe até mesmo para que se possa escolher mal. Se nos obrigarem a agir de acordo com a decisão alheia, isso sim é falta de liberdade.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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