Alta carga tributária: o Brasil dos 12%

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No Brasil, aproximadamente 12% da população carregam nas costas quase um terço dos habitantes. São cerca de 25 milhões que trabalham, investem e pagam impostos para sustentar mais de 60 milhões que vivem do assistencialismo estatal. Essa disparidade não é acidente, mas o produto de um projeto político que converteu o mérito em crime e premiou a dependência como virtude.

Vivemos num país onde a carga tributária é servidão legalizada. Trabalhamos 149 dias por ano apenas para alimentar um Estado que não liberta, mas que aprisiona. Mantém sua legião de dependentes e uma elite funcionalista que desfruta de privilégios — penduricalhos e mais penduricalhos — enquanto o contribuinte sua para pagar a conta. O Estado brasileiro se comporta como um agiota com toga, cobrando juros impagáveis sob a desculpa da ordem social. O discurso oficial pinta o Estado como salvador, mas ele é o entrave que sufoca a liberdade, o empreendedorismo e o crescimento.

Esse modelo da “lógica bom-mocista” ilógica é obra de uma elite que lucra com o esforço alheio. O Estado não emancipa, ele reprime e controla, premiando a inércia e punindo a iniciativa. Gera dependência em troca de votos e pobreza em nome da justiça social. É uma engrenagem que converte risco em culpa e sucesso em opressão.

Tudo começa na base — ou, melhor dito, no que se convencionou chamar de educação. Nossas escolas não formam profissionais competentes; formam militantes da dependência. Em vez de ensinar matemática, física, programação ou empreendedorismo, preparam jovens para recitar ideologias e repudiar o mérito. O ensino técnico, a formação prática e a inovação foram sacrificados no altar do discurso político. O jovem, que deveria ser o motor do desenvolvimento, é treinado para ser espectador passivo de um Estado que o tutela.

A universidade não é o caminho para todos, e isso não é problema. O problema é a ausência de escolas técnicas e de ensino profissionalizante livres de doutrinação, em que mérito e esforço sejam valorizados. O modelo público de ensino tornou-se aparelho ideológico e não um mecanismo de capacitação real para o trabalho, para a independência e para a prosperidade.

O exemplo da Argentina está escancarado: após décadas de submissão ao estatismo decadente e ao assistencialismo asfixiante, o país agora, sob nova liderança, começa an inverter o jogo. Pela primeira vez em muito tempo, a prioridade é tirar o Estado do caminho e colocar o indivíduo como protagonista da economia. Uma mudança que exige coragem, apontando o caminho que o Brasil insiste em não seguir.

Enquanto isso, an elite estatal, de taças erguidas em camarotes, assiste ao contribuinte arcar com a conta, suar o suor da exploração legalizada e ser acusado de opressor. Enquanto o contribuinte luta no campo de batalha da sobrevivência, a burocracia dança um bailado financiado com seu suor, e com sua paciência. Esse cenário não é apenas injusto; é uma afronta à lógica, à ética e ao futuro da nação.

Os impostos escorchantes sufocam o ambiente de negócios. Cada aumento tributário é uma facada na inovação, um desestímulo a quem ousa empreender e a quem cria empregos. O Brasil tornou-se um campo minado para investidores, onde o risco é alto demais e a recompensa incerta. Isso não é acidental. É o preço de sustentar um modelo que alimenta o parasitismo e destrói o empreendedorismo. Se o mérito virou crime, o Brasil deveria estar prendendo empreendedores em massa. Mas o que se pune aqui é a ousadia de produzir. Quem cria amarras e regulamentos segue no topo, imune.

Ainda há tempo, mas é preciso que os que carregam o Brasil nas costas parem de pedir desculpas e comecem a dizer: basta. Basta de servir a um Estado que os trata como fonte inesgotável de recursos e não como cidadãos livres. O Brasil não precisa de mais Estado — precisa de mais coragem. Coragem para abraçar a liberdade, a responsabilidade e o mérito.

Somos um país onde quem empurra a carroça carrega, e quem senta dentro dela reclama do sol. O mérito é punido como crime e a dependência premiada como virtude. Essa é a realidade que precisamos encarar. É hora de abandonar o coitadismo que enaltece os vícios da pobreza e, em vez disso, valorizar as virtudes do sucesso, do progresso e da liberdade. Crescer, inovar, arriscar, criar. Essa é a receita para romper o ciclo de estagnação e miséria institucionalizada.

O Brasil vive um remake tropical do ciclo da decadência, em que a mão pesada do Estado estrangula a galinha dos ovos de ouro e promete um banquete de ossos para todos. O futuro não pertence aos que clamam por mais tutela, mas aos que ousam viver com menos amarras. Enquanto o Estado continuar a confiscar nossa liberdade sob a desculpa do bem coletivo, continuaremos a ver o país afundar em sua própria contradição.

O Estado não salva! Ele se apresenta como remédio, mas é a própria doença. Enquanto isso não for compreendido, os 12% que produzem seguirão sustentando todos os outros. Os criadores de riqueza estão cansados — mas atentos. Porque esse castelo de cartas progressista, sustentado por narrativas, está tremendo nos alicerces. Quando ele ruir, não será a tragédia. Será a libertação. O Brasil só deixará de ser uma sombra do que poderia ser quando os que carregam a pátria resolverem que não nasceram para puxar carroça sob chicote, mas para erguer um novo Brasil. Um país com liberdade, produtividade e coragem. Longe das narrativas pseudo-humanistas e, enfim, próximos do progresso real.

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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