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A vingança pela Guerra das Malvinas

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Faleceu um dos maiores futebolistas da história, o grande craque argentino Diego Armando Maradona. Você pode não ser ligado em futebol, mas todos sabem que Maradona está para o argentino dentro de campo como Pelé está para o brasileiro; porém, fora de campo, ele está para os hermanos como Ayrton Senna está para nós. Um ícone do país vizinho, de longe; basta ver que terá o privilégio de ser velado apenas onde chefes de Estado do país têm direito, na Casa Rosada, equivalente ao Palácio do Alvorada.

Maradona, tem como grande lance da vida o famoso gol de mão contra a Inglaterra. O contexto do gol sempre foi explorado por nacionalistas portenhos como “vingança pela Guerra das Malvinas” – e não demorou a haver brasileiros, principalmente ditos progressistas, antifascistas e anti ditaduras militares romantizando – isto mesmo, romantizando – a Guerra das Malvinas e a vingança de Maradona. Seja pelo fato de Maradona ser comunista, seja pela suposta “luta anti imperialista” contra europeus, o fato começou a ser replicado sem filtro algum.

Vamos relembrar a hipocrisia tamanha de se defender algo tão absurdo quanto a ofensiva argentina sobre as Ilhas Falkland. Em 1982, a Argentina estava em seu regime militar, um dos mais assassinos da história do continente americano, que já estava desgastada no âmbito popular, e, para tentar reavivar o moral, Leopoldo Galtieri, ditador do país, decidiu retomar a posse sobre as Ilhas Falkland.

A bobagem não poderia ser maior: as Ilhas são comandadas pelos britânicos; estes são uma potência militar nuclear e, vendo seu território ameaçado, enviaram um contingente militar três vezes maior que o contingente argentino que invadiu o arquipélago. Não apenas isso: segundo os protocolos da OTAN, qualquer signatário do tratado tem direito a ser apoiado pelos membros, que também são potências militares, algumas nucleares.

Em pouco mais de 70 dias, a guerra se encerra com um massacre dos britânicos sobre os invasores. O resultado da Guerra consolida o fim da ditadura militar argentina. Seria motivo para comemorar para qualquer pessoa que defenda a democracia, porém o conflito de interesses demagógico põe empecilhos.

Na Argentina, as Falkland são deles – e isso une pessoas dos mais diversos espectros políticos; alguns preferiam ganhar as Falkland a sair da ditadura. Para a esquerda, é terrível falar que Margaret Thatcher ajudou a derrubar uma ditadura latina do século XX, afinal Thatcher é um símbolo da política conservadora moderna. Para os progressistas nativistas, celebrar uma nação europeia ganhar com justiça é admitir que nós temos erros, inaceitável para quem odeia tudo que deriva do continente europeu.

O que resta neste mundo? Nada além de ver malucos defendendo a medida desesperada de ditadores militares que levaram seus compatriotas à morte para salvar o próprio regime.

*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

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