A vergonha de um presidente — e o orgulho de ser judeu
Antes de qualquer rótulo político ou ideológico, sou judeu. Isso basta para me revoltar diante da perversidade normalizada que voltou a assombrar o mundo. Em 2025, o antissemitismo — que nunca morreu — saiu definitivamente do armário. Ele desfila com cinismo por universidades, fóruns multilaterais, redes sociais e — no caso brasileiro — pelos corredores do Itamaraty, sob a tutela de Lula e seu assessor, o diplomata Celso Amorim.
É preciso tratar as coisas pelo nome. O presidente condenado por corrupção, reincidente na demagogia e no populismo de esquina, protagonizou mais uma infâmia diplomática: retirou o Brasil do quadro de países signatários da IHRA, a Aliança Internacional em Memória do Holocausto. O gesto não é simbólico. É ideológico. É profundamente antissemita.
Jean-Paul Sartre, ainda que um coletivista, foi lúcido ao identificar que o antissemitismo não nasce da ignorância, mas da má-fé — e, sobretudo, da inveja. O judeu, minoria entre as minorias, destaca-se onde a excelência é exigida: na ciência, literatura, medicina, economia, filosofia. Não por privilégio, mas por esforço milenar de sobrevivência, estudo e autonomia. O antissemitismo, então, é o grito ressentido de quem odeia o mérito, odeia a diferença, odeia a liberdade que o judeu encarna.
É revelador que boa parte da esquerda contemporânea, herdeira do marxismo, compartilhe essa raiz antissemita. Marx, em seu panfleto Sobre a Questão Judaica, despeja desprezo contra o judeu “mercantilista”, numa generalização torpe, repulsiva e intelectualmente desonesta. De Marx a Lula, há uma linha contínua de intolerância travestida de justiça social. O povo judeu, que não se curva à coletivização de almas, incomoda porque persiste.
Lula não age apenas por ignorância. Age por convicção. Sua política externa, guiada por ditaduras, por terroristas e por inimigos da liberdade, expõe sua natureza perversa. Sua diplomacia, conduzida por gente que relativiza o Holocausto e glorifica o Hamas, rebaixa o Brasil a um país que perdeu não apenas o senso estratégico, mas a dignidade moral.
O Brasil merecia mais. Merecia líderes que homenageassem as vítimas do Holocausto e repudiassem o terrorismo. Merecia governantes que compreendessem o valor da memória, da história e da civilização. Mas hoje temos um falastrão, irresponsável e perigosamente antissemita no comando da nação. Isso não pode ser silenciado.
Não é preciso ser judeu para se indignar com o antissemitismo. Basta ser humano. Basta respeitar a dignidade humana. Mas eu sou judeu – e o judeu, que resistiu a faraós, inquisidores, czares, nazistas e aiatolás, resistirá também a Lula e seus comparsas. Não por ódio, mas por fidelidade à vida.
Sou judeu e não perdoo perversos. Não perdoo Lula da Silva, que mancha a memória dos mortos e a dignidade dos vivos.