A realidade no modelo de economia mista
Uma sociedade de economia mista, como a brasileira, funde numa mesma liga ideologias que cancelam e substituem as características mais evidentes das partes que formam o novo todo.
Onde existiam projetos comunistas ou capitalistas, passam a não existir mais. O estado, como proprietário único dos meios de produção, passa a formar parcerias com a iniciativa privada; as empresas privadas passam a ser reguladas, controladas e exploradas pelo estado como se autarquias fossem.
Esse é, na minha opinião, o modelo neofascista, com o qual os que vivem parasitando o governo abrem mão do poder absoluto para poderem ter fonte maior de renda, só possível com alguma liberdade concedida ao mercado. Os que vivem do mercado abrem mão dos anéis para não perderem os dedos – ou a cabeça. É o neofascismo que permite que os que roubam vivam de mãos dadas com os que são roubados.
Outra característica das sociedades neofascistas é que a democracia funciona. Grupos organizados disputam o poder através do voto para terem acesso à riqueza alheia pela porta dos fundos arrombada pelas Forças, cujo objetivo é encher as burras do erário para que seus cupinchas possam fazer a farra. Em outras palavras, pilham quem cria e produz para dividirem o butim entre os que não criam nem produzem nada.
É a sociedade em que todos estão com suas mãos nos bolsos dos outros, jamais nos seus.
É a sociedade onde há mãos alheias nos nossos bolsos e não sabemos de quem.
Neofascismo é o novo normal desde que comunistas e capitalistas abandonaram seus ideais no final da Gilded Age.