Homenagem a Adam Smith
Adam Smith (1723-1790) nasceu em 5 de junho. Além de abordado no livro “Introdução ao Liberalismo”, do qual sou coautor e organizador, o ilustre pensador foi protagonista de um dos capítulos de “O Papel do Estado Segundo os Diversos Liberalismos” – ambos editados pela Almedina em parceria com o Instituto Liberal. Neste último, escrevi a seu respeito:
“Seu legado se incorporaria indiscutivelmente à formação das escolas de pensamento e movimentos políticos liberais mais influentes mundo afora, provocando a eclosão da geração clássica da Economia moderna.
Erguendo-se contra a mentalidade econômica dominante na Europa de sua época, principalmente desde a ascensão dos Estados absolutistas, genericamente designada por mercantilismo (…), ele se tornou um símbolo, sim, para a causa do liberalismo econômico. Não nos parece lícito negar que isso seja um mérito e, portanto, consideramos mais do que evidenciada a sua representatividade para a tradição liberal. (…) ele sustentou que o soberano, no sistema de “liberdade natural” por ele defendido, teria três deveres, “por certo, de grande relevância, mas simples e inteligíveis ao entendimento comum: primeiro, o dever de proteger a sociedade contra a violência e a invasão de outros países independentes; segundo, o dever de proteger, na medida do possível, cada membro da sociedade contra a injustiça e a opressão de qualquer outro membro da mesma, ou seja, o dever de implantar uma administração judicial exata; e, terceiro, o dever de criar e manter certas obras e instituições públicas que jamais algum indivíduo ou um pequeno contingente de indivíduos poderão ter interesse em criar e manter, já que o lucro jamais poderia compensar o gasto de um indivíduo ou de um pequeno contingente de indivíduos, embora muitas vezes ele possa até compensar em maior grau o gasto de uma grande sociedade”” (p. 55, 56 e 74).