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Parte III – O levante democrático contra a esquerda tirana e liberticida

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fim-da-revolução-francesaMuito se proclama a tese de que o oprimido precisa de um tribunal superior que o testemunhe como opróbrio e esquecido do sistema social. Muito se divulga em termos neocomunitários que a possibilidade de degradação humana substitui a honra e que aquele que fere o princípio de igualdade certamente compactua com a obra desigual de uma sociedade desumana. Nem um nem outro ponto de vista se sustenta perante o Evangelho de Jesus, para o qual o pobre permanece sempre como o olho daquele que vê, como o tempo de salvação para aqueles que o encontram e que o têm em seu coração para a partilha mais alta, que é a partilha cordial do amor.

Suplantar uma ordem econômica desigual poderá fortalecer os alicerces de uma comunidade de homens de bem, no entanto, contestar a ordem com o discurso de um socialismo que obstruiria a livre iniciativa, o livre-comércio, a liberdade política e a liberdade de expressão não é saber fazer o bem, mas apenas promover questões absolutamente ultrapassadas diante do atual dilema de uma civilização que atingiu o apogeu econômico sem o apogeu moral, que obteve êxitos extraordinários nas leis, nas artes, na cultura e na produção, mas cuja capacidade de amar e de elevar-se moralmente segue a linha descendente das anormalidades tétricas.

Marat, líder revolucionário, sabia dirigir-se ao povo e consagrar-se a ele. Hitler, líder fanático e beligerante soube conquistar boas, simples e honestas almas. Mussolini tentava, antes de tudo, enaltecer os que se julgavam ameaçados e desprezados. Nenhum deles amou, nenhum deles se doou, nenhum deles venceu o mal dentro de si antes de conquistar seus séquitos e disseminar suas loucuras. Ghandi, ao contrário, possivelmente foi o único estadista cuja revolução partiu da serenidade e da persuasão benéfica de uma finalidade sã. Negar a postura tutelar diante das consciências, sejam quais forem as utopias que a sustentem, é imprescindível para uma verdadeira luta. Hoje, o marco global admite menos o ditador sanguinário e totalmente desprovido de ética. Entretanto, temos diante de nossos olhos líderes ávidos de poder cuja enlameada vida se limpa nas águas hipócritas do discurso sugestivo que deliberadamente contagia pela expressão da virtude que lhe falta.

Precisamos, antes de tudo, reavivar em nós a serenidade e a juventude, propondo não uma reestruturação de empreendimentos históricos já condenados, mas a possibilidade de novas concepções e de outras ideias. O liberalismo econômico sub-repticiamente colabora com todos aqueles que o desfiguram e promove o progresso mesmo entre aqueles que gesticulam truculentos sobre o seu caráter supostamente nefasto. Como haveremos de prosseguir a marcha sempre reavivando pretensas teorias libertárias que trazem em sua própria essência a servidão e a ideologia de uma mente eivada de preconceitos? Proponhamos antes uma nova forma de aumentar o ardor libertário enquanto somos capazes de resistir à manipulação opressora das ideias únicas.

Nós hoje somos impelidos a uma luta que envolve todos os países democráticos e que deve se fazer ver e ouvir mesmo diante do brado ostensivo que visa desfigurar a razão de ser dessa ofensiva. Somos lutadores do bom combate. Somos sujeitos de um novo momento da História em que a esquerda outrora revolucionária e libertária torna-se tirana e liberticida. Somos os sujeitos de um levante democrático que se afigura como um ponto de equilíbrio entre a tirania do poder corrupto em ato e a desfaçatez de oportunistas cujo discurso radical e preconceituoso turva as nossas reais bandeiras. Mas somos atentos a toda e qualquer manipulação ideológica que se assemelhe a um despertar, embora seja tão somente um salto desavisado no discurso impostor. Somos amantes da liberdade, da regra do Estado de direito, do livre pensamento, da livre expressão, da livre iniciativa, da liberdade, em suma, em todas as suas modulações.

É preciso reconhecer que o mundo de hoje se encontra profundamente transformado e que o indivíduo que, na modernidade, sabia estar travando uma batalha contra o seu tempo seria hoje considerado um pensador ultrapassado e conservador. No entanto, há ideias que nunca foram totalmente compreendidas e por isso não puderam realizar aquilo a que se destinavam. Por exemplo, aqueles homens que lutaram pela liberdade, por ocasião da revolução francesa tiveram êxito? Será que seus ideais foram efetivamente seguidos? Se tivessem sido, teríamos um mundo um pouco menos sobrecarregado de preconceitos e de aflições.

O que preconizava o ideal iluminista? O desenvolvimento da razão, a clarificação dos horizontes e a emancipação humana a partir de si mesmo, da própria consciência no exercício da liberdade. Isso se perdeu na própria História, pois os movimentos emancipacionistas se deram não por meio de uma consciência emancipada, mas pela absolutização de um fim diferente daquele que a consciência requisitava. O poder dado aos revolucionários fez da Revolução Francesa o caminho da servidão, na medida em que se consagrou uma mínima parte ao poder da consciência e uma enorme parcela ao poder outorgado a outrem. Como um indivíduo que se submete é capaz de emancipar-se? Como falar de emancipação quando se estatui uma odiosa perseguição a todo aquele que se manifesta contrariamente aos desígnios tutelares de uma instância, seja ela o partido, o governo, a igreja ou outra coisa qualquer? Não se trata, pois, de falha no projeto iluminista. Trata-se de falha na execução humana de ideais nobres. Não há que se conformar com a derrocada da razão, mas alimentá-la com a nobreza de um ideal humanitário e a franqueza de uma liberdade desprovida de más inclinações.

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Catarina Rochamonte

Catarina Rochamonte

Catarina Rochamonte é Doutora em Filosofia, vice-presidente do Instituto Liberal do Nordeste e autora do livro "Um olhar liberal conservador sobre os dias atuais".

Um comentário em “Parte III – O levante democrático contra a esquerda tirana e liberticida

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    24/01/2015 em 9:07 pm
    Permalink

    Não há mal no mundo que não tenha crescido e se realizado sem que não em nome do bem.
    Todos, absolutamente todos os males de grandes e médias proporções foram produzidos baseados em discursos bondosos.

    Não há ódio nefasto que não se tenha criado e prosperado se não em nome do amor.

    Há uma frase (Shopenhauer), onde é magistralmente esclarecido que o Diabo não anda por aí com grandes chifres e pés de boi. Afinal, aqueles que desejam fazer o mal jamais assim se expõem.
    Um estelionatário, ansioso por lesar suas vítimas, jamais apresenta-se como alguém malvado, firme e muito menos afirma para suas vítimas o seu intento. Fizesse isso e não enganaria ninguém.

    Tanto mais mais alguém preocupa-se em ostentar-se bonzinho, amoroso e democrático mais perverso e nocivo é em sua essência.

    Certa vez vi uma entrevista (ou li artigo) deJarbas Passarinho (argh!) onde ele comenta um fato interessantíssimo e que não deveria ser segredo para ninguém. É sobre indivíduos que para ostentar sua preferência usavam um lenço vermelho no pescoço. Era a forma de se identificarem e até mesmo exibir que determinada ideia possuia adeptos. Sim, isso é um marketing eficiente. Afinal, uma ideia que não presuma adeptos ferviorosos não será adotada ou defendida pelo homem-massa, afinal todos querem estar na MODA. Ser cafona, antiquado, reacionário são rótulos colados que dão ao acusador uma aura contrária. É uma estupidez absoluta a ideia da moda, afinal alguns arbitram o que será “bacana”, “in”, “moderno” ou “na moda” e o que por oposição será “cafona”, “out”, “antiquado” e etc.. Ou seja, aqueles que querem seguir a moda para apresentarem-se através de uma “montagem fotografica” moldada pelo que foi estabelecido como valorizador através da propaganda que alcança vários ouvidos e olhos, são absolutos imbecis. Afinal, não buscam em si mesmos aquilo que preferem ou escolhem, mas andam atras de opiniões alheias por desprezarem as próprias. Certamente, conhecendo-se, sabem o quanto merecem o desprezo até próprio e assim tentam apresentarem-se como se em fotografias melhoradas a base de photoshop. Ressalto com grande homenagem que Shopenhauer foi brilhante ao discorrer sobre o desejo de honra (aprovação alheia) ao ponto de fazer o indivíduo desprezar a sua essência para ostentar aparência.

    Voltando a Jarbas Passarinho (argh!), lembro de que este afirmou o fato de que ante o sucesso dos que usavam o lenço vermelho no sul, aqueles que opunham-se a tal ao perceberem isso simplesmente passaram a usar lenços vermelhos bem maiores do que o comum aos adeptos originais. Assim, para se reconhecer um adepto de ultima hora bastava avaliar o tamanho do lenço que usava.

    Eis a estupidez humana! Certamente uma herança símia onde se tenta imitar tudo que imagian-se prazeroso ao outro, buscando a mesma sensação.
    O uso de roupas de marca com preços exageradamente desproporcionais à qualidade é um ótimo exemplo de como até mesmo a pretensa elite é estúpida. Ainda gabam-se de pagar desproporcionalmente por algo com se tal fosse uma virtude, quando apenas demonstra a insegurança e a vaidade característica dos imbecis que tentando exibirem-se de elite, apenas dão mostra de que são estúpidos.

    Ora, o que parece não ser percebido por ninguém é que o Poder estatal é uma instituição milenar. Viver e usufruir do Poder é uma ambição exatamente dos mais inseguros, vaio daí a necessidade de imporem contrariedades para auto afirmação do nivel de dominio que têem sobre a vida alheia. Não só a riqueza fácil oriunda do poder seduz os pulhas, mas sobretudo a auto ostentação de dominio, de submissão alheia, os envaidece.
    Ora, a nobreza usava vestes idiotas para diferenciar-se, ao humilhar a plebe ou “acaricia-la” generosamente como se a um animal inferior afirmava a pretensa diferença da aristocracia para a plebe. Em seus rapapés os aristiocratas se incensavam mutuiamente por precisarem obter a informação externa a fim de convencerem-se dela, já que intimamente receosos de avaliarem-se.

    Claro que a ascensão da chamada BURGUESIA foi dolorosa para a aristocracia. Afinal viam-se superados em riqueza por indivíduos sem “berço”, sem mesmo o conhecimento dos rituais com as mesuras a lá “asinum asinus fricat”. Ou seja, a burguesia era antes essência do que aparência. É lógico que maquiagens, mesuras, palavras e trajes são externalidades que enganam um ou dois sentidos, mas não enganam o SEXTO SENTIDO (a inteligência que também apreende a realidade com maior ou menor acuidade, tal como ocorre com os outros 5 sentidos). Isso feria mortalmente aqueles que, sem essência, não lhes restava outra vingança que não odiar a tal burguesia oriunda das mais baixas camadas populares, ascendendo por MÉRITO REAL e PRÓPRIO para embassar as “fotografias photoshopadas” da aristocracia majoritariamente inútil.

    Com o chamado iluminismo mitos respeitáveis se esfarelavam como titica ao sol. A nobreza se via humilhada pelas virtudes daqueles que prosperavam por seu próprio valor e ainda conseguiam beneficiar e criar oportunidades para qualquer um, sem que tal lhes fosse um “nobre desejo”.
    Os SERVOS (escravos) já não estariam tão dependentes de seus senhores, já que a burguesia lhes oferecia oportunidades e assim buscavam alternativa e mesmo se miravam nos exemplos daqueles que inicialmente eram o restolho do sistema social e que então ascendiam socialmente obtendo o reconhecimento e o ódio da nobreza majoritariamente inútil, parasitária.

    Claro que isso não ficaria deixado ao sabor dos acontecimentos. Tudo vinha sendo analisado, pensadores podiam pensar, servos podiam se emancipar de seus senhores e mitos eram questionados. Um verdadeiro periodo de luzes cada vez se apresentava mais claro, algo como virgens enclausuradas descobrindo os prazeres da vida e até os disprazeres por vezes necessários.

    É mais que evidente que os “donos do pedaço” não se conformariam em ver seu estilo canalha de vida ruir sob uma PLEBE RUDE e VIRTUOSA em ESSÊNCIA.

    Então remeto-me a Nietzsche, o primeiro e único a FALAR AQUILO QUE DEVIA SER FALADO de tÃO EXPOSTO A PERSEPÇÃO QUE PRECISAVA SER NEGADO POR UM MARKETING REVOLUCIONÁRIO TANTO QUANTO DIALÉTICO …RSRS!!!

    Vejamos:

    “O Socialismo é o fantasioso irmão mais jovem do quase decrépito despotismo, o qual quer herdar. Suas aspirações são, portanto, no pleno sentido mais profundo, REACIONÁRIAS. Pois ele deseja uma plenitude de Poder estatal como só a teve alguma vez o despotismo, e até supera todo o passado por aspirar ao aniquilamento formal do indivíduo: o qual lhe parece como um injustificado luxo da natureza e deve ser melhorado e transformado por ele em um ‘órgão da comunidade’ adequado a seus fins.
    Devido a sua afinidade, o Socialismo sempre aparece na vizinhança de toda excessiva manifestação de Poder, como o antigo socialista típico, Platão, na corte do tirano siciliano: ele deseja (e em algumas circunstâncias promove) o estado ditatorial Cesário deste século, por que, como foi dito, quer ser seu herdeiro. Mas mesmo essa herança não bastaria para seus objetivos, ele precisa da mais servil submissão de todos os cidadãos ao Estado absoluto, como nunca existiu nada igual; e como nem sequer pode contar mais com a antiga piedade religiosa ante o Estado, tendo, queira ou não, que trabalhar incessantemente por sua eliminação _ pois trabalha para a eliminação de todos os Estados existentes _, não pode ter esperança de existir a não ser por CURTOS PERÍODOS, aqui e ali, MEDIANTE O TERRORISMO EXTREMO. Por isso ELE SE PREPARA SECRETAMENTE PARA GOVERNOS DE TERROR, E EMPURRA A PALAVRA “JUSTIÇA” COMO UM PREGO NA CABEÇA DAS MASSAS SEMICULTAS, PARA DESPOJA-LAS TOTALMENTE DE SUA COMPREENSÃO (depois que este entendimento já sofreu muito com a semi-educação) e criar nelas uma boa consciência para o jogo perverso que deverão jogar.“

    Eis ai o homem que ANTES da COMPROVAÇÃO NA PRÁTICA deixou claro aquilo que facilmente se podia perceber nos embustes que há mais de mil anos se haviam repetido como estratégia.
    Curioso até os mil anos de socialismo e o apocalipse através da classe proletária e blá blá blá…. para então concretizar-se o eterno “paraíso” onde habitaria um “homem novo” tomado por virtudes, sem ambição material e altruísta.

    …Esse fedor tinha algo de Déjà Vu.

    As ideias de restabelecer um movimento para o totalitarismo estatal não me convencem de sua naturalidade.
    Tais ideias de um “novo homem” bonzinho, ascético, altruista, coletivizado e amando o seu senhor não foram coisa do acaso. nada me convence de tal.

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