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Os manifestantes do G20 estão errados: o capitalismo é a melhor solução para a pobreza global e as mudanças climáticas

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Em Roma, milhares se manifestam contra a reunião de cúpula do G20, culpando o capitalismo pela pobreza, fome e mudanças climáticas. Eles estão errados. Você deve conhecer estes fatos sobre pobreza e degradação ambiental:

Antes dos primórdios do capitalismo, há cerca de 200 anos, 90% da população global vivia em extrema pobreza. Hoje, esse número caiu para apenas 10%. É particularmente interessante que metade desse declínio tenha ocorrido nos últimos 35 anos, como Steven Pinker demonstra em seu impressionante livro Enlightenment Now – e estes são precisamente os mesmos 35 anos em que, de acordo com o economista francês de esquerda Thomas Piketty, a desigualdade global aumentou.

Os manifestantes reclamam que os ricos estão se tornando cada vez mais ricos e que há cada vez mais bilionários. De fato, o número de bilionários aumentou drasticamente nos últimos 30 anos. No ano 2000, havia apenas 470 bilionários no mundo. Hoje, de acordo com a Forbes, existem 2.153. O que os críticos do capitalismo não reconhecem é que o aumento do número de bilionários em todo o mundo e a diminuição do número de pessoas que vivem na pobreza são duas faces da mesma moeda: a globalização capitalista.

O impacto do capitalismo é evidente a partir de uma comparação histórica mais longa. No primeiro ano de nossa era comum, o PIB per capita na Europa Ocidental era de 576 dólares internacionais, em comparação com 467 dólares internacionais para o mundo como um todo. Isso significa que, na Europa, o PIB per capita dobrou durante o período pré-capitalista, do ano 1 ao ano de 1820. No período muito mais curto de 1820 a 2003, o PIB per capita na Europa Ocidental disparou de 1.202 para 19.912 dólares internacionais. Nos outros países capitalistas do Ocidente, subiu até 23.710 dólares internacionais. O Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation revela que os países mais capitalistas do mundo têm um PIB médio per capita de US$71.576. Isso se compara a US$ 47.706 nos países “majoritariamente livres”. No outro extremo da escala, estão os países “majoritariamente não livres” e “reprimidos”, onde o PIB per capita é de apenas US$ 6.834 e US$ 7.163, respectivamente.

O progresso nas últimas décadas é particularmente evidente em termos de ganhos de expectativa de vida. A expectativa de vida ao nascer aumentou mais do que o dobro no século passado do que nos 200.000 anos anteriores. A probabilidade de que uma criança nascida hoje atinja a idade da aposentadoria é maior do que a probabilidade de as gerações anteriores celebrarem seu quinto aniversário. Em 1900, a expectativa média de vida em todo o mundo era de 31 anos; hoje, é de 71 anos. Das cerca de 8.000 gerações de Homo sapiens desde que nossa espécie surgiu há aproximadamente 200.000 anos, apenas as quatro últimas experimentaram declínios enormes nas taxas de mortalidade.

Nos últimos 140 anos, houve 106 grandes fomes, cada uma das quais custou mais de 100.000 vidas. O número de mortos tem sido particularmente alto em países socialistas como União Soviética, China, Camboja, Etiópia e Coréia do Norte, matando dezenas de milhões de pessoas através da transferência forçada de meios de produção privados para economias públicas e do uso da fome como arma. O número anual de mortes devido a grandes fomes caiu para 1,4 milhão na década de 1990, principalmente como resultado do colapso dos sistemas socialistas em todo o mundo e do movimento da China em direção ao capitalismo. Ainda em 1947, as Nações Unidas afirmaram que cerca de metade da população mundial estava cronicamente desnutrida. Em 1971, isso caiu para 29%; dez anos depois era de apenas 19%. Em 2016, a proporção de pessoas que sofrem de desnutrição em todo o mundo caiu para 11%. Atualmente, o número de pessoas famintas aumentou novamente, mas isso não tem nada a ver com o capitalismo. É um efeito da crise da Covid-19.

Sempre que alguém pergunta o que desencadeou a incrível reviravolta na luta contra a pobreza global, eu tenho uma resposta simples: a morte de Mao Zedong em 9 de setembro de 1976. Até o final da década de 1950, 45 milhões de pessoas morreram como resultado do experimento “Grande Salto Adiante” de Mao na China. Falo sobre esse assunto em todo o mundo e, sempre que pergunto às minhas audiências sobre o custo humano da revolução socialista de Mao, eu vejo que quase ninguém ouviu falar sobre isso na escola. Os jovens ouviram muito sobre “os males do capitalismo”, mas não lhes falaram sobre “os males do socialismo”.

Após a morte de Mao, a China começou a adotar reformas de livre mercado e direitos de propriedade privada foram introduzidos. O empreendedorismo privado surgiu e alguns chineses se tornaram extremamente ricos – hoje há mais bilionários na China do que em qualquer outro país do mundo, com exceção dos Estados Unidos. Entretanto – e isso é o mais notável -, ao mesmo tempo em que os níveis sociais dos bilionários chineses estavam crescendo, mais de 800 milhões de chineses escaparam da pobreza extrema!

Todos os anticapitalistas subscrevem a mesma doutrina. Eles são adeptos da soma zero e estão convencidos de que os pobres são apenas pobres porque os ricos tiraram algo deles. Se essa teoria de soma zero estivesse correta, desenvolvimentos recentes seriam impossíveis; mas são as crenças de soma zero que estão erradas: o declínio acentuado da pobreza e o aumento dramático simultâneo do número de bilionários andam totalmente de mãos dadas.

Os manifestantes em Roma culpam o capitalismo não apenas pela fome e pobreza, mas também pela destruição ambiental e pelas mudanças climáticas. Aqui, também, eles estão errados.

A análise mostra que os países economicamente mais “livres” (de acordo com o Índice de Liberdade Econômica) também registram as pontuações mais altas no índice ambiental EPI da Universidade de Yale, com média de 76,1, enquanto os países “majoritariamente livres” tiveram uma média de 70,2. Esses dois grupos têm uma vantagem significativa sobre os países “moderadamente livres”, que receberam classificações muito mais baixas (59,6 pontos) por seu desempenho ambiental.

Os países classificados pela Heritage Foundation como “majoritariamente não livres” ou “reprimidos” receberam de longe as piores pontuações do Índice de Desempenho Ambiental (46,7 e 50,3, respectivamente).

Pesquisadores da Universidade de Yale descobriram que não há apenas uma correlação entre o índice da Heritage Foundation e seu próprio EPI, mas também entre o EPI e o “Índice de Facilidade de Fazer Negócios” (Ease of Doing Business Index). Esse último índice é publicado todos os anos como parte do “Relatório de Fazer Negócios” (Doing Business Report) do Banco Mundial e é geralmente considerado o indicador mais abrangente e confiável do mundo sobre a facilidade de fazer negócios.

Em 2016, pesquisadores publicaram um estudo na revista Sustainability que incluiu uma avaliação da correlação entre o EPI e o “Índice de Mercado Aberto” (Open Market Index) compilado pela Câmara de Comércio Internacional. A OMI mede a abertura de um país ao livre comércio e, portanto, é um importante indicador de liberdade econômica. Os pesquisadores descobriram que um alto grau de sobreposição entre o índice OMI e o EPI:19 dos 27 países de maior pontuação da OMI também aparece no top 27 do EPI. A pesquisa abrangeu um total de 75 países, incluindo todos os membros do G20 e da União Europeia. Juntos, esses países representam mais de 90% do comércio e investimento internacionais. Os pesquisadores encontraram evidências de sua “hipótese de que países com economia aberta pontuam mais alto em desempenho ambiental”.

Simplificando, esses estudos apontam na mesma direção: o capitalismo não é o problema. É a solução — tanto economicamente quanto ambientalmente.

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Rainer Zitelmann

Rainer Zitelmann

É doutor em História e Sociologia. Ele é autor de 26 livros, lecionou na Universidade Livre de Berlim e foi chefe de seção de um grande jornal da Alemanha. No Brasil, publicou, em parceria com o IL, O Capitalismo não é o problema, é a solução e Em defesa do capitalismo - Desmascarando mitos.

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