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O socialismo e o amor ao pobre

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A burguesia socialista não ama o pobre. A burguesia socialista ama a pobreza do indivíduo. Deseja e cobra que o Estado e que a sociedade ofereçam dignidade ao pobre, porém, não aceita que o indivíduo se liberte da pobreza e se torne independente; repudia a possibilidade do pobre se tornar um agente capitalista e acabar se tornando seu vizinho. Em sua perversão ideológica, ignora que o desejo do pobre é fazer parte do sistema capitalista, ser patrão, ficar rico para poder comprar o que quiser e na quantidade que desejar, viver num bairro nobre e fazer compras em Miami.

O burguês socialista adora viajar para as praias nordestinas onde a cerveja, a comida, a maconha e a pousadinha na praia são quase de graça. Ele pode pagar muito mais por tudo o que consome no paraíso, mas faz questão de pagar pouco. De vez em quando até dá uma gorjeta, mas sempre em tom de esmola.

O burguês socialista ama o povão, mas fica feliz mesmo é com uma praia deserta, só para ele.

O burguês socialista passa uma ou duas semanas em alguma vila miseravelmente paradisíaca tecendo longas poesias sobre a pobreza ao redor. “Quanta dignidade!”, não cansam de exclamar. Sim… todos eles querem que aquele bichinho (o pobre) tenha um pouco mais de conforto – um banheiro melhor, um posto de saúde melhor, uma escola melhor… – mas nada além disso. Asfaltamento da estrada que leva ao paraíso? Nunca! A construção de uma fábrica? Jamaix! O burguês socialista não admite que nada ameace acabar com pobreza daqueles que lhe servem tão bem, por tão pouco. Não quer saber das dificuldades dos dias de chuva, quando estradas de terra são interditadas. Não quer saber da falta de opções de trabalho. Não quer saber da baixa renda da população. O burguês socialista quer ter a certeza de que todos os anos encontrará aquela vila de pescadores do mesmo jeito, com sua economia resumida à meia dúzia de quitandas, pousadas e botecos, com a metade da população sobrevivendo à custa do governo e com a outra metade trabalhando duro para oferecer peixe fresco e barato para os turistas.

O burguês socialista se posiciona contra a construção de resorts simplesmente porque cada resort remete à sua própria vida burguesa, burguesíssima! O quarto do hotel é igual ao seu quarto!

Auge de uma aventura entre os pobres: ser convidado por uma Dona Maria qualquer a tomar um cafezinho em seu barraco, comendo aquela broa de milho que ele nunca compraria se fosse vendida na padaria da rua onde mora.

Apesar de gostarem mesmo é de gastar dinheiro na Europa esnobe e liberal, o burguês socialista também vai, de vez em quando, a paraísos de pobreza mais distantes como Bolívia e Índia, onde repetem os mesmos suspiros de prazer diante da pobreza dos outros. Assim como muitos muçulmanos sentem-se obrigados a ir a Meca pelo menos uma vez na vida, alguns representantes da esquerda caviar vão à Cuba sentir os ares socialistas, mas sempre voltam rapidinho para o conforto capitalista.

De volta a sua cidade, o burguês socialista junta os amigos num bar bacana para esnobar o quanto “se deu bem” nas férias. Saboreando maravilhosas cervejas importadas, relembra das cervejas vagabundas que tomou junto com pobres num boteco. Para comprovar, tira seu Iphone do bolso e mostra as fotos: o lugar lindo, as coisas baratas e as pessoas… Pessoas humildes! O burguês socialista ama a humildade alheia.

O burguês socialista também ama a cultura popular, desde que seus artistas não se libertem da pobreza. Sua perversão ideológica cobra que o artista popular passe a vida na favela, morando no mesmo barraco, vestindo as mesmas roupas, pegando os mesmos ônibus lotados. O burguês socialista ama o samba e odeia pagode. O burguês socialista respeita o gosto do povo, menos seu interesse por novela, por programa de auditório, por programa de fofoca e de comédia da… Rede Globo, claro. “Artista vendido”, é como se refere a todos os artistas que permitem a divulgação de seus trabalhos em programas de televisão. As exceções: artistas que, mesmo sob os confortos e sob as mídias capitalistas, adotam discursos socialistas e que manifestam apoio a partidos de esquerda.

O burguês socialista também apoia os movimentos de afirmação afrodescendente. Ele até transa com uma ou outra neguinha de vez em quando, mas por puro fetiche. Sua masturbação cotidiana é pelas eslavas dos sites pornôs americanos; e só se junta com branquinhas, tão burguesas quanto, claro – ou alguém já viu algum burguês socialista se casando com favelada e indo morar na favela?

A burguesia socialista carioca é a que, de longe, melhor representa esse “amor” ao pobre. Nascidos e criados ao nível do mar da zona sul do Rio de Janeiro, enxergam as favelas penduradas nos morros ao redor como zoológicos. Cobram respeito ao favelado assim como cobramos respeito aos animais. Cobram melhoria de vida para os favelados, assim como cobramos melhores condições de cativeiro para os macacos. Agora, que algumas comunidades têm seus imóveis valorizados por causa da implantação das UPPs, a burguesia socialista carioca está preocupadíssima diante da possibilidade da… “burguesiação” do morro! Vejam que absurdo: Empresários capitalistas estão seduzindo os humildes moradores das favelas a venderem seus imóveis para transformá-los em pousadas para os gringos! “Não pode!”. Gritam. Aquela favela tem que ser preservada em toda sua pobreza. Seus moradores não podem vender seus imóveis para tentarem a vida noutro lugar. A cerveja, a maconha e a cocaína vão disparar de preço! A roda de samba, antes apreciada apenas por moradores e pela burguesia socialista, passará a contar com a presença de alemães, suecos, franceses e até de americanos! As pousadas e os bares que os gringos pretendem montar acabarão se parecendo, vejam só… com qualquer apartamento ou bar da zona sul do Rio! Que absurdo!

A cretinice ganha novos desenhos quando alguns urbanistas cobram políticas públicas que preservem as favelas como favelas, a despeito do que viram na faculdade: que as cidades são organismos mutáveis, que se constroem e se reconstroem sobre suas próprias histórias – ou alguém acha que Paris surgiu linda e chique do dia para a noite, após um estalar de dedos de um Deus bom vivant?

A verdade: Enquanto a burguesia capitalista deseja que o indivíduo saia da pobreza para poder consumir seus produtos e serviços, a burguesia socialista deseja que o indivíduo permaneça pobre por toda a vida, assim lhe servindo como a principal inspiração para suas masturbações filosóficas.

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João Cesar de Melo

João Cesar de Melo

É militante liberal/conservador com consciência libertária.

3 comentários em “O socialismo e o amor ao pobre

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    21/11/2014 em 7:25 pm
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    Estas desigualdades apontadas no texto onde os burgueses tem tudo que querem e os pobres vivem das migalhas é geradora de oligarquias – que representa a liberdade de alguns( os burgueses), que dominam os mais fracos e a não liberdade de muitos( os pobres), tudo isto leva a uma igualdade sem liberdade que não conduz à democracia, mas ao despotismo, que ´e a submissão da maioria à opressão de quem detém o poder.

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    21/11/2014 em 9:57 am
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    Como colega de profissão do autor do texto, tenho que concordar principalmente com o parágrafo que diz respeito ao urbanismo. Seria cômico se não fosse trágico! E o pior é que muitos antigos colegas da faculdade (federal? não! particular, com mensalidade cara) aderiram a esse discurso hipócrita e fora da realidade. Faltou estudo ou foi maconha demais embotando o cérebro?

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    21/11/2014 em 6:42 am
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    Exatamente!
    Os socialistas estribados, que tomam wisk 12 anos pra cima e Don Perignon nas comemorações, querem exatamente isso: poder olhar os pobres e lhes atirar umas migalhas, tal qual se faz num zoológico com os animais. Aliás querem a gratidão dos pobres por eles, os socialistas caviar, lançarem a eles umas migalhas e demonstrar que lhes são solidários.

    Socialistas escoces em nada difere do sujeito que lança para um viralata uma migalha e se encanta quando este abana o rabo para agradece-lo.
    Como Ronie Von ha umas semanas ou poucos meses atras afirmou numa entrevista no Raul Gil, seus amigos e familiares nababos queriam que ele fizesse música engajada (de esquerda) e ele criticava os que ele chamou de “esquerda escocesa” e “esquerda francesa”: aqueles que tomavam wisk 12 anos e aqueles que tomavam Don Perignon enquanto falavam de igualdade e da exploração capitalista. (ele veio de familia high society).

    A coisa fica mais evidente com relação aos índios!!!!

    Veja como socialista adora preservar a “cultura” indigena.
    Eles querem poder ver humanos primitivos e sobretudo agradecidos a eles por os manterem em aldeias para visita-los como se animais num zoológico.

    Socialistas gostam de preservar a “cultura popular” esquecendo de que se é popular e o tal de povo quer muda-la, evoluir, então é assim que ela continuará sendo popular. No momento que querem obrigar a que não evolua, ela deixa de ser popular. Pois que já não é natural à população, mas imposta por socialistas “chiquérrimos” que quer poder olhar o primitivismo alheio.

    O exemplo dos indios, como animais em zoológicos para serem visitados e agradecerem os visitantes por mante-los em aldeias “preservadas”.

    Eis o socialista! …um maníaco que delira com a deia de moldar o mundo a sua conveniência doentia!!!
    O socialista é um doente mental, um sociopata vaidoso. É contra a riqueza alheia, contra o destaque intelectual e por tal se vinga incesando imbecis como se gênios, simplesmente para tentar desmerecer os que se destacam. Da mesma forma incensa os pobres e a pobreza, como se um valor moral fosse, atribuindo méritos aos pobres apenas como forma de afirmar demérito aos ricos, os outros ricos que não são socialistas e produzem através da própria riqueza.

    Atente para isso, pois que socialistas bem nascidos ou bem apadrinhados não usufruem riqueza por trabalho arduo, mas gostam da vadiagem ou atividades futeis.
    É lindo ver grandes herdeiros enrabichados, não raro literalmente, com intelectualóides imbecis ou artistóides que só produzem lixo, tanto quanto ostentando sua admiração por favelados e trabalhadores mal remunerados para logo ir para suas mansões ou gigantescos aptos de frente para o mar.

    Essa é a vingança destes herdeiros incapazes que são tapeados por executivos e mesmo por parentes que trabalham e produzem nas emprezas que herdaram.
    O ódio, o ressentimento, a inveja destes socialistas caviar é ter a consciencioa de que são inúteis, sem valor algum como indivíduos.

    Daí passam a fazer o banal de que são capazes: incensar a pobreza alheia e se exibirem moralmente superiores por reconhecerem méritos na miséria alheia (a moral milenar concebida na derrocada do Império Romano para tentar mante-lo corrompendo e aliciando os marginais e os miseráveis do império para formarem exércitos ideológicos ainda associados aos bárbaros: tudo para manter o Poder).

    A vingança dos nababos inúteis é valorizar aquilo que não tem valor como meio de tentar atribuir deméritos ao que é naturalmente meritório.
    Não por acaso “obras de arte” que não passam de lixo amontoado, rabiscos ou telas sujas passam a ser valorizadíssimo por ricaços.
    Garrafas pet coladas umas nas outras, solidos disformes e feios, telas idiotas e etc. passam a ser incensados como “obras de arte” apenas por servirem como vingança contra a verdadeira arte que depende de qualidade e não de consenso combinado.

    Abs.

Fechado para comentários.

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