O que você precisa saber sobre taxa de juros e inflação
A taxa de juros tenta espelhar a expectativa do poder de compra de uma moeda no futuro, somada ao prêmio para antecipar poder aquisitivo inexistente para o tomador do empréstimo, além de outros fatores, como o risco de calote.
Quando a taxa de juros indica que o valor presente não será corrigido conforme a perda de poder aquisitivo da moeda contratada, incentiva-se o endividamento por um lado, pois será melhor comprar hoje em vez de fazê-lo amanhã; e desincentiva-se a poupança, pois será melhor livrar-se do capital hoje do que amanhã, já que amanhã seu poder de compra será menor.
Quando o governo produz moeda em excesso, acima da taxa de crescimento da produção, aumentando a liquidez, aqueles que têm acesso privilegiado à moeda expandida acabam tendo vantagem sobre os demais, pois podem se livrar, antes que seus pares, da moeda que está sendo corroída.
Obviamente, o primeiro a colocar a mão no dinheiro é o próprio governo, pois a emissão de moeda visa a dar liquidez à instituição estatal perante os déficits que cria. Ganham também os credores do estado, bancos, empreiteiras e funcionários.
A inflação é o processo de expansão monetária e é uma forma simples, de difícil percepção, para transferir poder aquisitivo dos mais vulneráveis para os privilegiados pelo poder estatal.
A inflação no Brasil gira em torno de 30%, que é o resultado do aumento da oferta de moeda e crédito, mais a queda da produção. Esse dado é objetivo, diferente daqueles mostrados sob o título de índice de variação de preços, cuja apuração envolve metodologia incapaz de aferir o que dizem ser a perda média de poder aquisitivo dos indivíduos naquela sociedade.