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O problema fronteiriço entre México e EUA não será resolvido com muros

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Israel e EUA construíram muros.

Israel é uma república consuetudinária, bastante liberal para sua situação, cercada de teocracias e monarquias autoritárias instáveis, com as quais já guerreou várias vezes. Além disso, em um conflito infinito, sofre ataques repetitivos de terroristas que entregam suas vidas para destruí-lo.

O muro israeli impediu que centenas de ataques terroristas que ocorriam cotidianamente prosseguissem, mostrando-se efetivo na proteção de Israel.

O muro construído por Clinton em 1994 separa dois países que não guerreiam entre si desde 1846, quando disputavam território até então ocupado apenas por índios e poucos colonizadores.

Na realidade, a disputa territorial se deu entre a recém formada República do Texas que queria sua independência e que quando a obteve acabou juntando-se ao Estados Unidos da América como o 28* estado americano. Coisa semelhante ocorreu com a República da Califórnia.

México e Estados Unidos depois daquela guerra, seguiram trilhas diferentes, o primeiro experimentou a decadência sendo governado por oligarquias que impediam que o país florescesse. Já os Estados Unidos, mesmo com a guerra civil anti escravagista, conseguiu manter um governo republicano estável e liberal que fez o país ser o que é.

Não há mexicanos tentando ataques suicidas contra os americanos, não há lançamento de foguetes do território mexicano sobre as cidades próximas da fronteira entre os dois países, não há uma guerra entre as nações. Pelo contrário, Estados Unidos e México são parceiros comerciais com elevado grau de integração.

Há sim uma guerra particular ocorrendo que é a das drogas, mas nessa o muro não tem tido efeito algum na tentativa dos americanos de impedir que entorpecentes sejam produzidos no México para distribuição e consumo nos Estados Unidos.

O problema que aflige os americanos é o êxodo de mexicanos para lá. A questão é econômica, e deveria ser tratada dessa maneira. Barreiras físicas em um território tão vasto não são muito eficientes a não ser que haja um grau de violência elevado que gere um medo de morrer de forma a inibir as tentativas dos mexicanos de migrar para os EUA, como fazem os israelenses quando palestinos terroristas tentam passar para Israel através de túneis cavados sob o muro divisório.

A potência da economia americana poderia absorver a mão de obra excedente mexicana facilmente e a liberalização dos movimentos de capitais e do comércio entre os indivíduos dos dois países poderiam dar mais segurança e oportunidades aos mexicanos em seu próprio território.

No entanto, há muito os Estados Unidos deixou para trás a ideia do livre mercado. É uma nação onde o governo regula e taxa em demasia o seu mercado. O poder público gasta e se endivida demais, prejudicando o crescimento econômico e sua capacidade para criar valor e riqueza. O México faz ainda pior.

O problema fronteiriço entre o México e os Estados Unidos não será resolvido com muros ou sobretaxação aduaneira. Ao contrário, os atritos e a má alocação de mão de obra e capitais só podem ser resolvidos com mais interação comercial e financeira baseada no livre mercado.

O problema das drogas também depende de descriminalizar e liberar a posse, produção e comércio sob leis objetivas que permitam a melhoria da qualidade dos produtos reduzindo a potencialidade do mal que fazem, aumentando os benefícios que podem proporcionar, reduziria drasticamente o que aflige os dois países que é a violência.

Os mexicanos pagaram voluntariamente para os americanos colonizarem o Texas. Acabaram criando uma das regiões mais ricas do mundo.

Duvido que os mexicanos sendo obrigados a pagar pelo muro do Trump resulte em mais prosperidade para os dois países.

A guerra comercial que Trump quer iniciar com os mexicanos, irá justificar a construção do muro. Ou o estreitamento da aliança comercial entre os dois países tornaria o muro uma barreira totalmente dispensável?

Quem acredita no livre mercado apostaria na segunda opção. Quem apostar na primeira não acredita no livre mercado.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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