O fim de um líder
A televisão brasileira se concentrou ontem na cobertura e no julgamento do deputado Eduardo Cunha. Líder na política brasileira há anos, domiciliado no Rio de Janeiro, Cunha agora fica inelegível por oito anos.
Eu o conheci numa época em que telefone era um bem extremamente escasso e Cunha era um homem poderoso dentro desse esquema. Consegui com ele um telefone nessa época, sem que me conhecesse, e guardo, por isso, uma relação de gratidão com o deputado.
Politicamente, Cunha é um homem de centro-direita e sua habilidade política lhe permitiu sonhar muito alto.
Cunha tinha tudo para uma carreira nacional bem sucedida. O que o minou ou destruiu seu capital – pelo menos no momento – foi uma política sem quaisquer traços de moralidade. Acho que a cupidez levou o deputado a tomar as decisões equivocadas as quais acabaram por colocá-lo em um corner político extremamente difícil e, certamente, indesejável.
Não sei o que será do deputado, agora cassado, nos próximos anos porque ele é um político hábil e relativamente jovem, mas acho que foi vencido pela cupidez.
Agora o que se discute não é mais se Cunha tinha ou não razão. O que se questiona é quanto dinheiro ele tem na Suíça.
Imagem: Wikipédia