Menos planejamento e intervenção estatal, mais liberdade individual
Eu admito que li e gostei da “estrutura das revoluções industriais” reportada no livro do showman Klaus Schwab, A Quarta Revolução Industrial. Utilizo-a em algumas aulas.
No entanto, penso que as pessoas passam por determinadas fases e/ou se revelam de fato.
Esse senhor, criador do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, ao longo de suas edições, tem deixado transparentes sua face e suas – medonhas – ideias.
Ele parece ser mais um intelectual interessado, regurgitando “boas intenções” na direção de salvar o mundo, numa transa sinistra entre governos e empresas, e em que empresas têm obrigações para com a sociedade, para muito além de ofertar produtos e serviços que resolvam melhor as necessidades dos consumidores e, portanto, os satisfaçam.
Claro que ele aspira, juntamente com burocratas estatais e líderes corporativistas, a um Estado inchado e intervencionista, que consequentemente ceifa liberdades e direitos individuais dos cidadãos.
Talvez por isso pareça que a relevância e o impacto do Fórum Econômico Mundial cresçam como rabo de cavalo. Nada além de um show de e para celebridades.
Aliás, é o palco adequado para figurões e artistas que sempre frequentam Davos.
Fico a me perguntar onde foram parar as ideias de liberdade econômica, de produtividade, de inovações, de interconectividade global, de espírito empreendedor, de desburocratizações… enfim?
Pois parece que a discussão desses tópicos da realidade empresarial de sempre tornaram-se secundários frente aos “temas momentosos” que agradam à agenda política de burocratas e intelectuais. Não surpreende que, faz tempo, o foco na cidade de neve esteja nos quentíssimos ESG, diversidade e inclusão, e nas intermináveis e sonhadoras ideias relacionadas a mudanças climáticas.
Vendo esse “mundo novo”, acho que li os livros errados, em que a grande maioria de estudiosos e especialistas em economia e negócios recomendava, para ser sucinto, que o Estado deveria sair do caminho e atrapalhar o menos possível as pessoas e as empresas, os genuínos criadores de riqueza.
Posto de outra forma, o intervencionismo governamental é a receita para a catástrofe econômica e social. Isso mesmo, social.
Schwab, o intelectual, e seus parceiros de festa, têm a arrogância e a pretensão de se converterem em semideuses capazes de, do alto de suas torres de marfim, criarem leis e regulamentos para salvar a humanidade.
Esse seleto grupo de “iluminados” quer mesmo planificar as ações humanas, algo impossível, por meio de ideias e de iniciativas autoritárias.
A própria temática da essencial “liberdade de expressão” passou a ser discutida nos mesmos moldes de controle adotado, desgraçadamente, pelos “iluminados e iluministas” do STF daqui.
Não é preciso ir muito longe para perceber o quão nefasto é o intervencionismo estatal.
A pandemia do coronavírus demonstrou cabalmente como as “boas intenções” de burocratas estatais arrasaram a economia, destruindo uma série de cadeias de suprimentos, gerando quebradeira de empresas, desemprego e aumento da fome e da pobreza.
Evidente que eles não arcam com as consequências de suas “boas intenções” e, quase sempre, o resultado das intervenções adotadas é pior do que as situações atuais dos problemas que endereçavam resolver.
Hayek e os austríacos defendiam a ordem espontânea e a impossibilidade de um planejamento central “eficiente”, uma vez que o Estado não dispõe de todas as informações para alocar recursos de forma mais eficaz; o conhecimento é disperso e complexo em sociedades formadas por milhões de pessoas diferentes.
Schwab e seu grupo de visionários “iluminados” desdenham dos fatos, visto que os resultados do intervencionismo são sempre maléficos, além de esses senhores exporem arrogância e autoritarismo, uma vez que desejam decidir coercitivamente sobre a vida dos outros.
Em síntese, o intelectual Schwab faz parte da turma “mais Estado, menos indivíduo”.
Urge que o governo saia da frente e deixe de atrapalhar as pessoas nos mercados, permitindo que a persuasão opere, ao invés da grotesca coerção estatal.
Concluo com a frase definitiva de Hayek, com a qual compartilho: “Quanto mais o Estado “planeja”, mais difícil se torna o planejamento para o indivíduo”.