Inovação na Educação: a Conta-Poupança para o Ensino
Que o ensino público não pode continuar no Brasil do jeito que está muita gente concorda. Mas na maior parte dos debates, as propostas são mais do mesmo: o Estado fica no comando do ensino, pagando diretamente aos profissionais da educação para porem em prática o modelo estatal preferido do momento.
Felizmente, à parte a proposta do cheque ou voucher educação idealizada pelo Prêmio Nobel Milton Friedman, defendida nos EUA e apresentada pelo IL no Brasil, cada vez mais surgem opções que delegam à iniciativa privada o gerenciamento dessa fabulosa verba educacional. Uma delas é a da charter school, comentada no artigo “Demografia não é destino: a revolução silenciosa das charters schools“, de Fernando Schüler, publicado na Revista Época, de 28/02/2015. Outra é a Conta-Poupança Educacional, defendida por Vicki E. Alger, do Independent Institute* que assina a nota abaixo.
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As Contas-Poupança Educacionais (CPE)[1] estão entre as mais brilhantes novas estrelas no horizonte do ensino que vai do jardim de infância até o fim do ensino médio.
Elas funcionam assim: para os pais que se comprometem a não matricular os filhos em uma escola pública no próximo ano letivo, o estado reserva 90 por cento do dinheiro que teria gasto com a criança e deposita esse valor em sua CPE. Os pais podem, então, usar esses recursos para pagar a mensalidade de seu filho em uma escola particular, em homeschooling[2], livros didáticos, cursos on-line, suprimentos, tutores, ou outros produtos e serviços educacionais.
Cerca de 2.600 crianças no Arizona e na Flórida têm suas próprias CPEs, e os estudos mostram que os pais estão gostando dos resultados, de acordo com Vicki E. Alger, pesquisadora do Independent Institute, que está escrevendo um livro sobre a política de educação do governo federal.
“Nada menos que 100 por cento dos pais participantes do Arizona declararam estar satisfeitos com o programa, sendo que 71 por cento se disseram “muito satisfeitos”, escreveu Alger em artigo de opinião para o Washington Times.
Não é surpresa alguma que os pais se sintam satisfeitos em controlar a bolsa da educação. Ao fazerem isso, seus filhos podem obter um ensino e recursos mais personalizados do que normalmente conseguem em uma sala de aula de escola pública.
Infelizmente, apenas um pequeno segmento de pais no Arizona e na Flórida tem a liberdade de optar por uma CPE: são os pais de crianças com necessidades ou circunstâncias especiais.
Se os que fazem e votam as leis nesses estados, juntamente com os legisladores em outros nove estados que estão pensando em adotar programas semelhantes, quiserem ampliar os benefícios dos gastos com educação voltada diretamente para o consumidor na faixa do jardim ao ensino médio, eles devem tornar universais as contas-poupança educacionais.
“Todos os alunos, independentemente de suas circunstâncias, devem ter a oportunidade de um aprendizado personalizado”, defende Alger no artigo.
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Confira em Personalizing Learning for All Students Through Education Savings Accounts, de Vicki E. Alger, no Washington Times de 26/02/2015.
* Think tank liberal clássico com base em Oakland, Califórnia, EUA.