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Escolas católicas reabrem como charter schools, nos EUA

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NCPA*

Mater Beach Academy, Miami, EUA
Mater Beach Academy, Miami, EUA

Aumentou muito o número de matrículas nas escolas católicas americanas – que estavam em franco declínio – depois que adotaram o modelo de charter school. É o que revela estudo de Michael P. McShane e Andrew P. Kelly feito para o American Enterprise Institute.


A charter school é uma escola “fretada” pelo governo, isto é, ela é de propriedade privada, mas recebe alunos “pagos” pelo governo através, por exemplo, de vouchers ou cheque-educação. De país para país varia o grau de liberdade de administração da escola fretada, mas, em geral, elas devem seguir uma grade mínima de ensino estabelecida pelo governo local. (Vide charter school, segundo a Wikipédia.)

Na década de ’90 o IL ofereceu à sociedade uma proposta de charter school com o recurso do cheque-educação, em modelo semelhante ao do Chile onde 60% dos alunos estão matriculados em charter schools (dados de 2012). [N.E.]


As escolas católicas vinham sofrendo queda no número de matrículas nas últimas décadas. Entre as razões para o declínio está o aumento do custo da educação católica, causado pela mudança de professores do clero para educadores leigos. Além disso, de acordo com análise de Stephanie Ewert para o US Census Bureau, o aumento de matrículas nas charter schools provocou uma queda de matrícula nas escolas particulares. Quando as dioceses não tiveram mais condições de prover fundos suficientes para manter as escolas, muitas escolas católicas se viram forçadas a fechar.

As arquidioceses de Indianápolis, Miami e Washington, DC, fizeram diferente. Ao invés de fecharem por completo suas escolas, permitiram que elas reabrissem com administração independente, no sistema de escolas públicas fretadas pelo governo.

  • A escola da Paróquia de São José, em Miami, começou a ter queda no número de matrículas. No ano letivo de 1997-1998, 263 alunos estavam matriculados.
  • Em agosto de 2009, a escola tinha apenas 130 estudantes e já não conseguia mais operar sem perda financeira.
  • Em maio de 2010 chegou a fechar as portas, mas reabriu no outono como Mater Beach Academy, uma escola pública fretada. Em 2012, a escola tinha 470 alunos matriculados, e recebeu uma classificação ‘A’ do Departamento de Educação da Flórida.

McShane e Kelly examinaram 18 escolas que mudaram de escolas católicas para charter schools de 2008 a 2010, na Flórida, em Indiana, e em Washington, DC Comparando-se a matrícula escolar dessas escolas antes da mudança para a matrícula em 2012, o ingresso dos alunos em cada escola cresceu:

  • Sete escolas tiveram o dobro no número de matrículas, e quatro tiveram um aumento de pelo menos 50 por cento.
  • A maioria das escolas – 11 em 18 – passou a ter um maior percentual de estudantes das [chamadas] minorias depois da mudança para charters.
  • Em quatro escolas da Flórida, o percentual de estudantes de minorias cresceu 25 pontos percentuais.
  • Não apenas as escolas tiveram um aumento crescente no número de matrículas, mas também tiveram um bom desempenho, num grau que varia de médio para acima da média.

O notável é que, ao transformar suas escolas em charter schools, as dioceses tiveram um fluxo de receita significativo. As igrejas católicas passaram a ter recursos para financiar suas outras atividades, além de recursos adicionais para manter as escolas católicas ainda em operação e fornecer bolsa de estudo aos seus alunos.

* NATIONAL CENTER FOR POLICY ANALYSIS

Artigo na íntegra: Michael Q. McShane and Andrew P. Kelly, “Sector Switchers: Why Catholic Schools Convert to Charters and What Happens Next,” Friedman Foundation for Educational Choice, April 29, 2014.

Tradução/adaptação LIGIA FILGUEIRAS

Fonte da imagem: Mater Beach Academy

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Ligia Filgueiras

Ligia Filgueiras

Jornalista, Bacharel em Publicidade e Propaganda (UFRJ). Colaboradora do IL desde 1991, atuando em fundraising, marketing, edição de newsletters, do primeiro site e primeiros blogs do IL. Tradutora do IL.

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