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Para que servem, afinal, os tratados comerciais?

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“Tony DiMare, que trabalha na indústria agrícola da Flórida por 35 anos, disse que concorda com o presidente que o atual acordo comercial entre os EUA, México e Canadá é falho. Na verdade, ele culpa o tratado por prejudicar o negócio de tomate fresco da família.

Ele insiste que algo deve ser feito, alegando que o México não está praticando comércio justo no âmbito do NAFTA. Ele disse que o pacto comercial permite que o México “despeje” os tomates e outros produtos frescos no mercado norte-americano.

A administração do Trump, disse o produtor de tomate da terceira geração, deve continuar a insistir nas mudanças no pacto comercial que permitiriam que os produtores sazonais dos EUA concorram de forma mais efetiva.”

Mas qual é exatamente a queixa do Sr. DiMare sobre a concorrência dos mexicanos? O que há de tão desleal assim na produção e exportação dos tomates mexicanos?

“De acordo com a DiMare, os mexicanos transformaram vastas áreas cultiváveis em ambientes de estufa, permitindo que produzam tomates e outras culturas durante todo o ano.”

Como podem ver, as lamúrias do Sr. DiMare sobre dumping e comércio injusto têm a ver com o fato de os mexicanos terem desenvolvido técnicas de produzir tomates durante o ano inteiro, fornecendo-os em todas as estações aos consumidores americanos. Detalhe: a preços mais baixos do que a maioria dos agricultores da Flórida pode dar-se ao luxo de cobrar.

As queixas do Sr. DiMare são tão bizarras que, inadvertidamente, nos faz questionar se toda essa baboseira de “comércio justo”, dumping, etc. faz algum sentido. Qual é a verdadeira vocação de uma economia de livre mercado e dos tratados comerciais entre países, afinal? Será que é dar proteção aos produtores locais e aos eventuais empregos que eles geram? Ou será que é o fortalecimento da concorrência e, conseqüentemente, a redução dos preços e o aumento da qualidade e quantidade ofertadas aos consumidores?

Qual seria então o objetivo dos tratados comerciais? Impor tarifas para aumentar os preços, fazendo com que os agricultores mexicanos sejam tão ineficientes quanto os americanos? Isso não seria o mesmo que dizer que, para um jogo de futebol ser justo, os melhores jogadores devem jogar com uma perna engessada? Será que os negociadores mexicanos deveriam também exigir que as empresas americanas não utilizem equipamentos e programas de alta tecnologia na produção de seus produtos, de forma a não prejudicar a indústria mexicana?

Ora, os acordos comerciais, como o NAFTA, existem justamente para incentivar a eficiência, não para desencorajá-la. Isolar ou proteger os produtores locais da concorrência, ao custo de expor os consumidores domésticos a preços mais altos e oferta menor, é um rematado contrassenso, que atenta contra a boa teoria econômica.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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