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Os países nórdicos são democracias socialistas?

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Há um ditado que diz que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Eu discordo. Uma mentira ainda é uma mentira, mesmo que seja repetida com frequência. E há algumas mentiras muito comuns contadas sobre os países nórdicos, sendo as mais frequentes as de que eles são democracias socialistas e com altos impostos sobre grandes fortunas e empresas.

Os países nórdicos não são socialistas. Eles estão no topo do Índice de Liberdade Econômica 2020 da The Heritage Foundation (Dinamarca, 10, Finlândia, 17, Suécia, 21, Noruega, 28). Eles também estão no topo do Índice de Facilidade de Fazer Negócios (Doing Business) de 2020 do Banco Mundial (Dinamarca, 4, Noruega, 9, Suécia, 10, Finlândia, 20), com regulamentação simples e limitada, além de um forte apoio ao empreendedorismo. O Brasil está na posição 124.

Eles também se destacam em relação à flexibilidade do mercado de trabalho. De acordo com o Employment Flexibility Index 2020 (Índice de Flexibilidade de Emprego), suas posições são excelentes: a Dinamarca está na sétima colocação e a Noruega em décimo quinto. Finlândia e Suécia estão entre os 40 melhores, à frente de Luxemburgo e Coréia do Sul. Funcionários públicos daqueles países não ocupam cargos vitalícios, ao contrário do que a esquerda defende. Em outras palavras, funcionário que não está desempenhando é demitido.

Os países nórdicos realizaram privatizações contínuas e bem-sucedidas de setores de propriedade do Estado, desde as telecomunicações até a geração e distribuição de eletricidade. Até mesmo os Correios na Suécia foram colocados em uma estrutura corporativa e parcialmente privatizada. Inclusive algumas florestas foram entregues à iniciativa privada. Na Suécia e Dinamarca, as escolas particulares são incentivadas pelo governo através de um sistema de vouchers, e a população não é forçada a colocar seus filhos em escolas administradas pelo Estado.

De acordo com o Credit Suisse Global Wealth Databook (2018), tais países também estão entre os mais altos em desigualdade. Na Suécia, por exemplo, 74,9% da riqueza pertence aos 10% principais e 36,7% ao 1% do topo, muitos níveis semelhantes aos dos Estados Unidos. Na Finlândia, o Top 1 detém também 36,7% da riqueza total, enquanto o Top 10 detém 65,9%. Ressalto também que o Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ) é menor que a média europeia e americana: Dinamarca e Noruega cobram 22%, enquanto a Finlândia e Suécia taxam um pouco menos (20% e 21.4%). Para critério de comparação, o IRPJ brasileiro é 34% (25% + 9% da CSLL).

É verdade que os países nórdicos têm uma elevada carga tributária, mas é interessante observar onde eles taxam. O grosso não recai sobre as empresas, mas sim através do imposto sobre valor agregado (VAT, em inglês) que o Brasil vem há anos querendo aplicar. Outra grande fonte de receita dos Estados Nórdicos são as taxas à seguridade social.

Finalizo dizendo o óbvio: se quisermos seguir o modelo nórdico, o caminho é mais liberalismo e não socialismo.

* Artigo publicado originalmente por Conrado Abreu na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

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