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O erro da “Teoria dos Privilégios”

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Em 1988, a professora marxista norte-americana Peggy McIntosh escreveu a denominada “Teoria dos Privilégios”. Ela afirma que algumas condições privilegiadas se dão em função de aspectos socioeconômicos mais vantajosos e delimitados a partir do nascimento, e esta é a origem teórica da Política Identitária.

Privilégio denota “lei para poucos”, isto é, uma distinção que possui origem e chancela estatal. Para a professora, no entanto, os privilegiados se beneficiam de vantagens individuais não concedidas pelo Estado e que podem ou não ser aproveitadas. Para ela, quem nasce homem, branco, hétero e rico é naturalmente privilegiado em relação a mulheres, negros, gays e pobres. Os primeiros não sofrem opressão, enquanto quem não dispõe das mesmas características tende a ser vítima dela.

Como aponta o cientista político Bruno Garschagen, “trata-se de um reforço à caricatura que o Marxismo faz entre ricos e pobres, entre opressores e oprimidos”.

A teoria de McIntosh passou a ser utilizada para analisar qualquer processo social, um reducionismo pobre, na medida em que qualquer processo social precisa ser analisado sob o aspecto concreto de cada contexto. Ao tratar indivíduos apenas com base em categorias e teorias abstratas, negligenciam-se possíveis outliers, isto é, fenômenos individuais que fogem da curva e da tendência estipulada pela Teoria dos Privilégios.

Além disso, essa tese passou a ser utilizada como insumo teórico de ativistas e movimentos sociais, que, por sua vez, passaram a influenciar decisões políticas e legislativas, nem sempre benéficas, sob o âmbito da responsabilidade individual ou do Estado de Direito.

Entre os exemplos de políticas adotadas está, por exemplo, a lei de cotas para negros na universidade. Todavia, esta pode acabar por beneficiar uma parcela de estudantes negros que tiveram a oportunidade de estudar nas melhores escolas desde a primeira infância em virtude de pertencerem a uma família de alta renda. Nesse sentido, a política passa a ser regressiva socialmente.

Apesar de eventuais falhas, a teoria de McIntosh é essencial para a esquerda política. Afinal, com a queda do Muro de Berlim, em 1989, o fracasso econômico do socialismo se tornou evidente. Nesse sentido, a esquerda passou a adotar uma tática de Guerra Cultural que se baseou, justamente, na Teoria do Privilégio de McIntosh, que se tornou a base para a organização do identitarismo. Ato contínuo, a esquerda passou a priorizar a defesa de políticas baseadas nos interesses e nas perspectivas de grupos sociais com os quais cidadãos se identificam em vez de pautas econômicas.

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Luan Sperandio

Luan Sperandio

Analista político, colunista de Folha Business. Foi eleito Top Global Leader do Students for Liberty em 2017 e é associado do Instituto Líderes do Amanhã. É ainda Diretor de Operações da Rede Liberdade, Conselheiro da Ranking dos Políticos e Conselheiro Consultivo do Instituto Liberal.

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