fbpx

Esquerda e direita: uma mensagem de otimismo de Rothbard para os libertários

Print Friendly, PDF & Email

Murray Rothbard (1926-1995) foi um dos economistas mais importantes da Escola Austríaca, e grande defensor do Libertarianismo. Nos anos 1960, Rothbard fundou o Left and Right: A Journal of Libertarian Thought, um periódico libertário no qual publicou textos entre 1965 e 1968. A primeira edição continha o que depois se tornou o livro Esquerda e Direita – Perspectivas Para a Liberdade, do qual falaremos aqui.

O pessimismo conservador e o otimismo libertário

Rothbard faz questão de começar a obra destacando o pessimismo conservador em relação ao futuro distante. O conservador se apega ao futuro próximo e enxerga apenas o pior que há por vir para além disso. A partir daí, Rothbard critica a associação entre libertários e conservadores, afirmando que libertários erroneamente vinculam o prognóstico da liberdade ao do movimento conservador.

A ascensão da liberdade, nesse sentido, viria por meio do otimismo, ou seja, em oposição ao pessimismo conservador.

Esquerda e direita clássicas

Partindo dessa dicotomia, passamos pela história do que conhecemos como esquerda e direita no âmbito político. Inicialmente, Rothbard associa a direita à Velha Ordem, período anterior ao século XVIII, caracterizado pela tirania, despotismo e exploração. É o que se denomina action regin, ou antigo regime.

Seria o contrário da esquerda, que é revolucionária e caminha na direção da liberdade, do progresso e de padrões de vida ascendentes. Como fica claro aqui, o conservador estaria à direita, enquanto o libertário estaria à esquerda.

De acordo com o autor, essa seria a definição original de esquerda e direita, que foi se perdendo aos poucos com as reviravoltas políticas que surgiam. Durante a leitura esses conceitos podem ficar bastante confusos, mas essa nova perspectiva oferece novas reflexões.

Quem está à esquerda e quem está à direita? 

No lugar de associar comunistas e fascistas como “farinha do mesmo saco”, Rothbard aponta uma diferença substancial entre eles: a de que o comunismo teria sido um movimento revolucionário genuíno, enquanto o nazismo foi contrarrevolucionário. Ele também coloca o socialismo leninista como sendo mais à “esquerda” do que o socialismo marxista, por ter sido mais revolucionário em relação ao estado, enquanto o outro se contradiz em suas definições.

Avançando um pouco mais na história, Rothbard fala sobre como o New Deal foi o ponto crucial que uniu libertários e conservadores contra o inimigo comum do socialismo. No entanto, ao contrário do que pensavam “libertários de direita” e conservadores, nada de socialista havia no New Deal, mas havia sim de fascista, algo que foi notado inclusive por pessoas do socialismo leninista.

Para Rothbard, os libertários estavam (e ainda estão) mirando no inimigo errado, algo que precisa ser aprimorado.

Devemos recuperar o otimismo libertário

Por fim, Rothbard defende que o lugar dos libertários é na extrema-esquerda e não na extrema-direita como conhecemos hoje. Aponta também a importância de nos mantermos otimistas. Afinal, pensando no longo prazo, o mundo nunca foi tão livre economicamente e em direitos individuais.

Assim, também devemos ser otimistas em relação ao futuro e buscar sermos genuinamente revolucionários no sentido de difundir ideias de liberdade e de conquistar nossos objetivos. Devemos, portanto, nos desvencilhar do pessimismo conservador e nos apegar ao otimismo radical quanto aos resultados finais de nossos esforços.

Como escreveu o próprio Rothbard, “A liberdade não pode ser alcançada na sua plenitude a menos que existam libertários em número suficiente para conduzir os povos ao caminho certo.”

Julia Rezende é Desenvolvedora Mobile.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Luan Sperandio

Luan Sperandio

Analista político, colunista de Folha Business. Foi eleito Top Global Leader do Students for Liberty em 2017 e é associado do Instituto Líderes do Amanhã. É ainda Diretor de Operações da Rede Liberdade, Conselheiro da Ranking dos Políticos e Conselheiro Consultivo do Instituto Liberal.

Pular para o conteúdo