A dinâmica das relações humanas e a eficácia da liderança sempre foram temas centrais em ambientes corporativos. A busca por líderes capazes de guiar equipes em direção ao sucesso é incessante. Nesse contexto, emerge a concepção da “Janela de Johari”, uma ferramenta que, quando aplicada, revela-se fundamental para a construção de líderes transparentes, o que resulta em organizações mais sólidas e inovadoras.

O conceito da Janela de Johari foi cunhado por Joseph Luft e Harry Ingham, na década de 1950, como uma abordagem para compreender a interação interpessoal e o desenvolvimento pessoal. Em seu cerne, essa ferramenta propõe que o perfil de um indivíduo é composto por quatro áreas distintas: Arena, Fachada, Desconhecido e Janela Aberta. A Arena representa as informações conhecidas por si mesmo e pelos outros. A Fachada engloba os elementos que o indivíduo mantém ocultos, mas que os outros percebem. O Desconhecido consiste nos aspectos desconhecidos tanto para o indivíduo quanto para os outros. A Janela Aberta é a parcela de informações conhecidas pelo indivíduo, mas que ainda não são perceptíveis pelos outros.

Sob a perspectiva liberal, a Janela de Johari destaca-se como uma ferramenta que promove a transparência, a confiança e a autenticidade na liderança. A liderança liberal, em sua essência, defende o respeito pela autonomia individual, o incentivo à inovação e a valorização da liberdade de expressão. Nesse contexto, a aplicação da Janela de Johari fortalece esses princípios e permite que líderes e liderados compartilhem informações, opiniões e sentimentos, sem receios de julgamento ou represálias.

Grandes líderes da história exemplificam a aplicação eficaz da Janela de Johari em seu estilo de liderança. Mahatma Gandhi, líder do movimento de independência da Índia, demonstrou uma janela aberta, sendo transparente sobre suas crenças e motivações. Sua franqueza atraiu milhares de seguidores, unidos por uma causa comum. Da mesma forma, Steve Jobs, co-fundador da Apple, apresentou uma fachada mínima, expondo suas paixões e sua visão de maneira arrojada. Isso atraiu colaboradores igualmente apaixonados e permitiu a criação de produtos inovadores que revolucionaram a indústria.

No cenário empresarial, empresas notáveis têm abraçado a Janela de Johari como uma ferramenta para fomentar a liderança eficaz e a cultura de transparência. A Google, por exemplo, é conhecida por suas políticas de compartilhamento de informações e sua atmosfera de colaboração, em que os funcionários são encorajados a expressar suas opiniões sem temer retaliações. Isso culminou em uma cultura de inovação e em produtos que impactam globalmente.

Em um mundo cada vez mais interconectado, onde as relações humanas desempenham um papel fundamental, a Janela de Johari emerge como uma ferramenta indispensável na liderança empresarial. Ao adotar princípios liberais, os líderes podem promover um ambiente de confiança, empatia e autenticidade. Através de exemplos notáveis como Gandhi e empresas como a Google, fica claro que a transparência não é apenas um valor ético, mas também um fator decisivo para o sucesso organizacional.

Em síntese, a Janela de Johari se destaca como um instrumento que, quando moldado pelos princípios da liderança liberal, constrói líderes transparentes e empáticos, capazes de conduzir organizações rumo à inovação e excelência. A história e o mundo empresarial fornecem evidências contundentes de que a transparência é o alicerce de relacionamentos duradouros e resultados notáveis. Portanto, ao investir na compreensão e aplicação da Janela de Johari, líderes trilham um caminho promissor em direção ao sucesso sustentável.

*Leonard Batista – Associado III do Instituto Líderes do Amanhã.