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Duplipensar e Copa do Mundo

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maracaMuito já se falou a respeito do quadro de recessão técnica que o Brasil está vivendo atualmente. Recessão técnica se dá quando ocorre queda do PIB por dois trimestres consecutivos, o que ocorreu com o anúncio da redução do PIB do segundo semestre deste ano em 0,6%. No primeiro semestre já tínhamos sofrido uma redução de 0,2%. Concluo esse assunto destacando que na verdade a economia degringolou de vez há muito tempo, e que só não estamos em uma recessão com quatro trimestres consecutivos de redução da economia porque todo quarto semestre do ano tende a ser superavitário em virtude das festas de fim de ano e dos décimo-terceiros, que impulsionam um consumo ilusório e insustentável no longo prazo.

Mas o grande destaque deste texto está na questão da relação entre a Copa do Mundo e este PIB. De acordo com o Ministro da Economia, Guido Mantega, a Copa do Mundo e os dias em que não houve expediente foram essenciais para a recessão, além de cenário externo ruim e seca. Em suma, é tudo culpa de qualquer coisa menos do Governo. O mais estranho é que, no final de 2012, este mesmo Governo alardeava pelos quatro cantos que, devido à Copa do Mundo, o PIB brasileiro cresceria 183 bilhões ou 0,4%. Afinal, a Copa do Mundo serviu para crescer o PIB ou diminuí-lo? E se foi o caso da última opção, por que então fizemos a Copa dos 7 a 1?

É espantosa a capacidade que o Governo brasileiro tem de reinterpretar os fatores históricos em seu favor. Se a carga tributária está sufocando a economia, por outro lado está criando “justiça social”, que é um eufemismo para assistencialismo necessário em virtude da falta de emprego causada pela própria tributação. Se temos déficit primário, é porque o Governo está investindo no social, e assim sucessivamente.

A principal característica de uma pessoa que pretende melhorar é saber apontar seus próprio erros e crescer com eles. O Governo não se preocupa com isso. Se preocupa em vencer eleições, o que, diga-se, parece um cenário cada vez mais distante.

Fico só imaginando se, caso o PT realmente venha a perder as eleições, haverá algum tipo de discurso do tipo: “a culpa da derrota é do povo, que foi feio, bobo e chato”.

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

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